Você já foi à Cumuruxatiba? O novo paraíso baiano da juventude meio intelectual e meio de esquerda tem nome e já vem crescendo em popularidade há alguns anos. Nesse verão, porém, o hype estourou, e eu duvido que você não tenha visto pelo menos uma pessoa do seu Instagram que tenha passado por lá.
Localizada ao sul de Porto Seguro, a chegada em Cumuru pode demandar um pouco de aventura. Mas é só passar das estradas de terra que você encontra um verdadeiro paraíso das águas: rios tranquilos que encontram um mar azul. E não é qualquer mar: é aquele mar calminho, que já fez a gente se apaixonar por diversos outros lugares da Bahia. E não é só isso: a cidade tem comida boa, cerveja gelada e, no verão, uma vida noturna super agitada, com turistas de vários cantos do Brasil.
É simplesmente apaixonante, mas como toda cidade de praia, tem que ter atenção pra não cair em furada. E é pra te ajudar nisso que eu resolvi montar esse guia!
Como chegar em Cumuruxatiba
O trajeto mais simples é de avião, pousando em Porto Seguro, que tem o aeroporto mais próximo. De lá você aluga um carro e desce para Cumuru. Vale ter atenção: as estradas até Cumuru são de terra e vale a pena gastar um pouco mais para pegar um carro mais alto e não correr o risco de perder tempo de viagem atolado. Como fui com os amigos e não queríamos gastar muito, optamos pelo Jeep Renegade, mas o ideal (se tiver $$) é buscar um 4×4.
De Porto a Cumuruxatiba, existem dois caminhos possíveis: um pela estrada da Guaíra – uma rota alternativa que sai de Itamaraju – e outra pelo Prado. A escolha entre as duas pode ser feita de forma bem simples, basta perguntar aos locais qual delas está em melhores condições. Essa atitude pode te salvar de alguns maus bocados. A estrada é toda sinalizada, mas por ser uma rota alternativa, pode não aparecer no seu aplicativo de mapas. Pra não passar por isso, aqui tem os pontos que eu e meus amigos usamos como referência no Google Maps. Chegando no último ponto, é só seguir as indicações de “Cumuruxatiba”.
Se você, como eu, estiver saindo do Rio – e estiver com tempo –, existe a opção de subir por Vitória. Não foi o caminho que escolhi nesse verão, mas tive alguns amigos que fizeram esse trajeto e acharam que valeu a pena. A estrada, pelo que ouvi, é asfaltada ao longo de boa parte do caminho e o trecho de terra parece ser mais tranquilo.
Onde se hospedar
A cidade tem várias pousadas bem charmosas e as que me pareceram mais legais foram as da Rua Quinze de Novembro, bem no centrinho, e as da Praia do Peixe Pequeno, um pouco mais distantes, mas a uma distância caminhável do centro.
Na onda da contenção de gastos, porém, eu e meus amigos preferimos alugar uma casa e fomos muito bem recebidos pela Cá, da Casa Lótus. A casa conta com cozinha completa, dois quartos, dois banheiros, uma sala com TV e uma churrasqueira e chuveirão do lado de fora, além de duas vagas na garagem.
O que fazer em Cumuruxatiba
A boa por lá é curtir a praia durante o dia e arrastar o pé num forró à noite, nas festas que varam a madrugada.
As praias de Cumuruxatiba
As praias de Cumuru têm uma influência muito forte das marés, então, dependendo do horário em que você visitar, a paisagem pode mudar muito! A água em geral tem uma temperatura bem agradável, mas não é tão translúcida, mesmo sendo muito limpa. Nenhuma das que visitamos tem ondas muito fortes!
Praia do Píer
É a principal, que banha o centrinho da cidade e tem esse nome por já ter abrigado um longo píer, do qual hoje só restam as ruínas. Uma boa opção para um dia de preguiça, já que é próxima da maior parte dos locais de hospedagem e não tem quase onda nenhuma.
Japara Grande
Localizada ao sul do centrinho, essa praia conta com falésias lindas e um beach club super arrumadinho para receber a quem chega. Vale levar sua própria barraca ou alugar uma das do bar porque, apesar do vento, o sol pega firme. Também é importante prestar atenção na maré pra não perder a noção do tempo e ter as coisas levadas na alta da água! É uma das praias em que o mar é mais forte e a melhor opção é nadar no rio, que tem uma água deliciosa.
Barra do Cahy
Conhecida como a “primeira praia do Brasil”, por ter sido onde os portugueses primeiro desceram dos barcos, essa é mais uma praia com falésias e encontro de rio e mar. Ela também é bastante afetada pela maré, que faz mudar a cor da água do mar e forma um encontro lindo entre o azul do oceano e o marrom do rio. Foi indicada pelos nossos amigos como sendo a mais bonita, mas nosso grupo não entrou em um consenso se concordava ou não. Mesmo sendo uma das praias mais distantes que visitamos, sentimos que valeu a viagem. Tem um beach club na entrada e um tantão de espaço depois, onde você estender sua canga e fincar sua barraca!
Praia do Moreira
Minha favorita da viagem, a Praia do Moreira é a que mais sofre a influência das marés, que mudam completamente a paisagem. A praia tem água limpíssima e muito calma, com alguns recifes que aparecem na maré baixa e formam verdadeiras piscinas na alta. Por ser uma praia selvagem, não tem comércio e poucos espaços na sombra, então, se não tiver barraca, o ideal é chegar cedo e levar o que for comer e beber! Vale muito a pena conhecer!
Passeio até Corumbau
De Cumuru, várias empresas fazem o passeio de barco até Corumbau, que vai das 9 da manhã, até um pouco depois das 4 da tarde. Pra quem pode ($$$), deve ter algum passeio privativo, mas a gente fez aqueles bem excursão mesmo, sem muito luxo, mas confortável. Fizemos pela empresa Libra (+55 73 8811-2748) e custou R$200 por pessoa. Como não tinha comida inclusa no barco, levamos um cooler com frutas, cerveja e vinho e alguns sanduíches na bolsa, pro caso de ficarmos com fome. O barco saiu de Cumuru, parou nos recifes pra gente admirar os peixes por meia horinha, e seguiu para Corumbau, onde almoçamos, curtimos um pouco o sol e voltamos. Na média, achei o passeio um pouco corrido e fiquei com vontade de voltar para passar mais tempo em Corumbau mesmo.
Tem night em Cumuruxatiba?
A gente demorou pra se entender com a night em Cumuru. A cidade tem uns hábitos bem esquisitos para o nosso coração acostumado com os roles cariocas, mas saímos de lá achando que entendemos alguma coisa e é isso que vou passar pra vocês. Se é assim todo ano, só saberei quando voltar, mas eis como foi no verão de 2023:
Portobelo
A primeira parada obrigatória da noite em Cumuruxatiba é o Portobelo. Por lá, rola sempre uma rodinha de samba, uma musiquinha ou algum outro furdunço no fim de tarde. Não dá pra deixar passar e é claro que eles também servem cerveja artesanal!
Cumuru Bier
Chegou a hora dos amantes de cerveja artesanal se fartarem. Quem disse que cidade pequena não tem cerveja boa? Sempre cheio de gente, o Cumuru Bier tinha algumas torneiras de cerveja artesanal sempre prontas para receber os turistas. Um bom lugar para começar a noite.
A pracinha de Cumuruxatiba
O melhor lugar para beber drinks baratos na cidade: as barraquinhas da praça. Tem opção pra todos os gostos e dificilmente um drink vai sair por mais de R$20. Ficam abertas até um pouco depois da meia noite.
Cais
Pós Cumuru Bier e antes de se embrenhar para um forró mais animado, o Cais costuma ter samba ou forró a depender do dia, além de algumas outras performances. É um rolê mais familiar, começa cedo e acaba cedo, pros padrões da cidade.
Marola e Pé Rachado
Os dois quiosques mais animados ficam um do lado do outro. É lá que rolam os forrós e djs que varam a noite. Mas nem adianta chegar cedo, a festa só fica boa por volta das 2 da manhã – sim, você leu certo, 2 da manhã mesmo – e vai até o sol raiar.
Quintal de Cumuru e Casa de Minas
São os roles do lado B, mas igualmente bons. As duas casas oferecem shows de samba e forró em ambientes mais afastados da praia e são uma gracinha. Também costumam encher mais cedo, de modo que são uma boa opção pra quem quer curtir sem precisar esperar até a alta madrugada.
Pra comer em Cumuruxatiba
Minha parte favorita de qualquer viagem, como vocês bem sabem. E eu não sou de reclamar de atendimento, ainda mais em cidade do interior, já aviso que as coisas lá funcionam em um ritmo bem mais lento do que o que estamos acostumados aqui no eixo Rio-SP (and I think that’s beautiful…). Os restaurantes da cidade não são muito baratos, então a dica pra quem vai em contenção de gastos é fazer compras no mercado, deixar prontos uns pratos coringa e fazer uma refeição na rua e uma em casa!
Catamarã
Restaurante localizado bem no caminho para a Praia da Japara Grande, que serve simplesmente o melhor arroz de polvo da vida. A porção é bem farta, então dá pra dividir bem (pedimos 3 para 7 pessoas e comemos muito bem), e a vista é linda! Vale provar também as caipirinhas!
Cores e Sabores
Comidinha mais caseira, muito bem feita e saborosa, com um preço razoável. Foi um dos atendimentos mais rápidos que tivemos na cidade e valeu muito a pena!
Filé
Finalmente um restaurante à quilo para essa lista! O Filé foi o último restaurante que visitamos e foi uma super acertada! Quilo delicioso, com um preço ótimo pro lugar e muitas opções! Amei, queria ter conhecido antes.
Da Dita
Da Dita é o nome da pastelaria que tem na praça e que serve pastéis super bem feitos, lotados de recheio e com um preço bem bom! Além disso, o atendimento é impecável! Recomendo demais.
Barraca dos três cocos
Nosso almoço mais demorado de toda a viagem, foi nessa barraca, na Praia do Peixe Pequeno, mas pelo menos estava delicioso. Várias opções de peixe e frutos do mar, com preços adequados à região e tudo muito gostoso! As porções também eram bem fartas e até sobrou um pouco pro jantar!
Kijeme do índio
Localizada na Barra do Cahy, a barraca não tem luxo nenhum, mas oferece uma comida maravilhosa, acompanhada por uma pimenta super ardida, mas bem saborosa. São opções de peixe e frutos do mar, em uma barraquinha localizada um pouco depois do beach club, pertinho do rio.
Gelato Cumuru
O único café que vimos na cidade é carinho, mas serve um expresso bem gostoso que se fez necessário se você ficou no forró até de manhã – e ainda acordou cedo no dia seguinte pra ir à praia.
Portobelo
O quiosque que é parada obrigatória no fim de tarde, tem uns pratos interessantes por um preço razoável, mas as comidas que provamos durante a nossa estadia nós não amamos.
Dica bônus: Quintal de Cumuru
Essa é a única dica da lista de um lugar onde ninguém do meu grupo comeu, mas a gente só conheceu o Quintal de Cumuru na última noite e, quando chegamos, já tínhamos jantado, mas pelo que vimos do cardápio e dos pratos saindo aquele dia, parece ser um bom lugar pra conhecer!
E essas foram as dicas que eu tinha pra dar! Seguindo esse guia, dificilmente você vai cair em alguma furada em Cumuru! Agora você já pode aproveitar e planejar sua próxima viagem à Bahia!