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Podcast “Surra de Lúpulo”, ep. 18: tradição familiar da “Zalaz” com Fabrício Almeida

ONDE OUVIR:
Fabrício Almeida, da Zalaz

Fabrício Almeida, da ZalazNo episódio 18 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, vamos acompanhar toda a tradição familiar da Zalaz com Fabrício Almeida, da Fazenda Santa Terezinha à criação da cervejaria.

Fazenda Santa Terezinha e a tradição familiar

Comprada por seu avô em 1915, a Fazenda Santa Terezinha é famosa por todos os produtos que são cultivados em suas terras e, também, por ser o local da Zalaz, cervejaria de Fabrício Almeida.

“Meu avô criou todos os filhos ali. Era uma fazenda de subsistência, tinha plantação e ele começou a criação de suínos, sendo um dos nossos principais produtos”.

Fabrício conta que, ao longo dos anos, outros produtos passaram a fazer parte do negócio da família o que ajudou na expansão, inclusive comercial pelas redondezas.

“Em 2001, foi quando houve uma grande mudança na fazenda e a gente ganhou como melhor café do Brasil. Isso mudou o cenário todo e o café virou um super produto, exportado e um dos carros-chefes”.

Após essa visibilidade, Fabrício e a família trabalharam para conseguir a certificação de produção orgânica, ou seja, sem a utilização de agrotóxicos, o que conseguiram em pouco tempo. Hoje, além do café, suínos e a cerveja Zalaz, pitaya e feijão também fazem parte das colheitas.

Cerveja orgânica?

Produzida em uma fazenda com certificação orgânica, seria a Zalaz uma cerveja com esse título? Fabrício conta que não, pois os processos são diferentes e bem complexos.

“Na verdade pra ser certificado orgânico, você tem que ter mais de 95% dos ingredientes certificados orgânicos. Então, tem um detalhe da palavra que é certificação. Pra você poder chamar uma cerveja de orgânica, você precisa ter ingredientes que são certificados. No Brasil, a gente até foi atrás disso, mas não existe praticamente malte certificado orgânico. Você consegue comprar alguns maltes que são orgânicos, mas você não consegue certificá-lo como orgânico e não vale no Brasil. Pra valer no Brasil, o órgão inspetor do país teria que inspecionar a maltaria e a fazenda produtora de malte pra poder emitir um certificado que valha no país”.

Fabrício explica que não há equivalência de certificados e, dificilmente, as maltarias estrangeiras abririam as portas para uma inspeção dos órgãos brasileiros. Mesmo com toda a burocracia, o empresário conta que começou a plantar na fazenda uma parte da cevada e está em busca da certificação.

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Experiência com cervejas artesanais

Apenas em 2010, Fabrício conheceu o mundo das cervejas artesanais. A bebida, até então, não era uma de suas preferências. O empresário conta que, até 2006, era da turma dos destilados. Depois começou a beber cervejas mainstream, mas tinha problemas, o que o afastou do universo até 2010, quando a curiosidade pelas artesanais o pegou de jeito.

“Fiz um curso de produção caseira e comecei a produzir todo fim de semana. Na primeira vez, destruí meu apartamento, então passei a fazer na casa dos meus pais”.

Fabrício continua e afirma que até 2012 era apenas um hobby, mas desde então resolveu investir e começar o projeto de ter sua própria cervejaria artesanal.

Nascimento da Zalaz

A Lud e Leandro, Fabrício Almeida diz que sempre teve uma veia empreendedora e que a ideia inicial era montar um negócio relacionado a café, já estabelecido na família. Além disso, apesar do curso superior levá-lo para o lado empresarial, sabia que desde o início não era o que buscava.

“É um projeto meu e da minha esposa. Sempre tive uma veia empreendedora e quis abrir um negócio. Acho que isso vem da minha família, tanto do lado do meu pai, com a fazenda, tanto da minha mãe, que tem um alambique. A ideia inicial era montar algo relacionado a café e, nesse meio tempo, surgiu a cerveja artesanal, que virou uma grande paixão e minha esposa entrou comigo nesse negócio”.

Significado e conceito da Zalaz

Mas afinal, o que significa Zalaz? O empresário conta que não queria um nome que já tivesse um significado, pois queria criar e associar a partir do conceito criado por ele e sua esposa. Ao desenhar uma caricatura, enxergou o palíndromo e resolveu batizar a cervejaria com este nome, implementando o conceito que acredita.

“A fazenda já era super reconhecida e tem uns conceitos que a gente acredita de sustentabilidade e de comunidade. Então, a gente pensou que não tinha lugar melhor. A gente não está montando uma cervejaria e sim uma marca que tem os conceitos que a gente acredita e os produtos que a gente gosta”.

“Nosso conceito é muito mais do que uma cervejaria, estamos promovendo uma integração da fazenda ao trazer esses produtos e levando isso para um público maior”.

Estilos da Zalaz

Ao ser questionado sobre os estilos que fazem parte da Zalaz, Fabrício conta que não definiram nenhum estilo de linha, pois todas as receitas são sazonais de acordo com a safra da fazenda. Mas duas são vendidas durante o ano todo: a capim-limão, uma pilsen, e a lumen, uma Pale Ale com zestes de laranja e maracujá.

“Alguns estilos que marcam a Zalaz, algumas linhas, são três: a Ybira que passa pelo inox e depois pros barris de madeira e é refermentada com a nossa microflora. A linha Mantique, que não passa pelo barril, mas usa essas leveduras, e a linha Spontaneous que é fermentada direta no barril de madeira, não passa pelo inox.

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