O mercado cervejeiro brasileiro é repleto de paixão, criatividade e desafios (ou tretas?). No episódio mais recente do Surra de Lúpulo, Lud, a IPAcondríaca, e Henrique Boaventura se aprofundaram em uma série de temas delicados e polêmicos que influenciam o setor. Vamos explorar alguns dos principais pontos discutidos sobre o mercado cervejeiro brasileiro. Ouça na íntegra:
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Por que Falamos Sobre Elefantes no Mercado Cervejeiro Brasileiro?
No episódio, foi feita uma analogia com os “elefantes na sala” — temas polêmicos que todos veem, mas poucos se sentem à vontade para discutir abertamente. Lud introduziu a ideia com um chamado à reflexão: “Temas espinhosos são como elefantes gigantes ocupando espaço na nossa vida. Ignorá-los não os faz desaparecer.”
Henrique complementou: “Trazer esses temas à tona é essencial para amadurecermos como mercado e como comunidade. Precisamos debater, mesmo que doa.”
Entre os elefantes destacados, surgiram questões sobre direitos de marca, disputas entre cervejarias e o modelo de produção cigano. Vamos destrinchar cada um deles.
Caso Petroleum: Propriedade Intelectual e Parcerias Mal Sucedidas
Henrique e Lud revisitaram um caso histórico no mercado cervejeiro brasileiro: a disputa entre a cervejaria curitibana DUM e a mineira Vals sobre a receita da cerveja Petroleum. Originalmente criada pela DUM como uma Russian Imperial Stout, a receita foi replicada pela Vals em maior escala sem autorização, levando a um embate legal.
Henrique destacou a complexidade da situação: “Esse foi um dos primeiros grandes conflitos no mercado cervejeiro artesanal brasileiro. Ele trouxe à tona discussões sobre ética, propriedade intelectual e a importância de acordos claros.”
Lud adicionou: “Isso mostra que, mesmo em um mercado apaixonado como o nosso, ainda há muito a ser feito para garantir respeito e profissionalismo.”
O caso gerou um documentário chamado O Petroleum é Nosso, que, além de narrar os eventos, serviu como um marco para reforçar a importância de contratos e transparência no setor. Confira mais detalhes sobre o documentário aqui.
O Debate sobre o Modelo Cigano: Inovação ou Inflação de Mercado?
As cervejarias ciganas — que produzem suas receitas em plantas de terceiros — desempenham um papel importante no mercado cervejeiro brasileiro, mas também enfrentam desafios. Lud comentou: “Esse modelo permite entrada com baixo custo inicial e promove inovações, mas também traz riscos de dependência, margens reduzidas e uma menor percepção de legitimidade no mercado.”
Henrique pontuou um problema frequente: “Sem um plano de negócios bem estruturado, algumas marcas entram no mercado como aventureiras, o que pode gerar desorganização e prejuízo para o setor.”
Os anfitriões também destacaram exemplos positivos, como a Dude Brewing, que iniciou como cigana, mas usou esse modelo como etapa para consolidar sua própria planta, mantendo foco em qualidade e inovação. Saiba mais sobre a história da Dude Brewing aqui.
Helles: O Estilo que Virou Marca
Outro tema polêmico abordado foi o registro de nomes de estilos como marcas comerciais. Em 2004, uma empresa brasileira registrou a palavra “Helles” — um estilo tradicional alemão — como marca. Henrique ironizou: “É como registrar o nome ‘Pilsen’ ou ‘IPA’. Isso vai contra a própria essência do mercado artesanal, que valoriza cultura e história.”
Lud ressaltou: “Esses casos expõem como precisamos de regras mais claras e um maior cuidado na administração de propriedade intelectual. Estamos aqui para somar, não para dividir.”
A situação gerou indignação no mercado e foi contestada juridicamente. Em 2023, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu que o nome poderia ser usado livremente, ressaltando a importância de proteger elementos culturais compartilhados.
Festival Brasileiro da Cerveja: Uma Divisão que Reflete o Mercado Cervejeiro Brasileiro
Por fim, o episódio abordou a recente divisão do Festival Brasileiro da Cerveja, que será realizado em 2025 em duas cidades — Blumenau e Balneário Camboriú — na mesma data. Henrique resumiu o impacto: “Essa divisão é um reflexo da desunião no setor. Enquanto os eventos competem, as cervejarias e consumidores ficam no meio de uma disputa que deveria ser evitada.”
Lud completou: “Precisamos de mais colaboração e diálogo para preservar a reputação do mercado cervejeiro brasileiro e garantir que eventos como esse continuem fortalecendo o setor.”
Para mais informações sobre os eventos, acesse Festival Brasileiro da Cerveja Blumenau e Festival em Balneário Camboriú.
O Surra de Lúpulo concluiu o programa com um convite aos ouvintes para refletirem e discutirem as questões levantadas: “Debater não é brigar. Queremos promover conversas que tragam ideias e soluções para esses problemas,” afirmou Lud.
Henrique reforçou: “Se não conversarmos, os elefantes continuarão crescendo. O mercado cervejeiro brasileiro tem muito a ganhar com colaboração e diálogo.”
Beba local. Beba melhor.
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