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Podcast “Surra de Lúpulo”, ep. 62: desvendando tretas cervejeiras com Alexandre Bleed, do ‘Doutor Breja’

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No episódio 62 do Surra de Lúpulo, Alexandre Bleed, do ‘Doutor Breja’, desvenda as tretas cervejeiras entre os tipos de cerveja que são motivo de debate entre os especialistas

Sommelier de cervejas, mestre em estilos e professor de cursos cervejeiros, Alexandre conta que Bleed é na verdade um apelido. Advogado por formação, ao se familiarizar com o mundo das craft beers passou a usá-lo como sobrenome em razão do preconceito ainda muito presente em relação à cerveja.

“Na época não era muito bem visto. Por precaução guardei meu nome verdadeiro para usar como advogado usando Bleed como meu nome cervejeiro”.

Em 2011, cansado de estudar leis, resolveu expandir seus conhecimentos sobre o assunto em um curso de sommelier de cervejas. O que era paixão virou amor:

“Comecei como um ‘hobbista’ estudioso. Em 2015, surgiu o canal no Youtube, a galera começou a gostar. Em 2017, meu mestre me chamou para dar aula no lugar dele no Senac. Percebi um gosto por algo que eu desconhecia até então: ensinar as pessoas. Me apaixonei por aquilo. Hoje sou responsável pela área cervejeira da escola”.

Siebel Institute Technology

Parte de um grupo seleto de “mestres em estilos” formados pelo Siebel Institute Technology, nosso convidado contou sobre sua experiência em Chicago. Alexandre sempre acompanhou a escola, principalmente no início, quando as poucas informações disponíveis sobre cervejas artesanais vinham de fora do Brasil.

Bleed conta que só tem a agradecer ao Siebel e à assessoria que eles dão para os alunos de outro país. O curso é dividido em cinco dias intensos, sendo um dia voltado para as off flavours e análises sensoriais e os outros quatro focados em estilos cervejeiros e julgamentos.

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Para o especialista, o grande diferencial de estudar em uma escola do nível do Siebel é a possibilidade de acessar as inúmeras opções de cervejas disponíveis. Especializar-se como mestre em estilos necessita muitas referências e isso é o que não falta na escola.

Outro ponto importante é o contato que você tem com pessoas diferentes e suas experiências. Para completar, geladeiras com os mais diversos rótulos ficam à disposição dos alunos para degustação. Apesar da experiência incrível, Alexandre pondera que também é preciso um investimento relativamente alto, principalmente com a cotação atual do dólar.

“Eles incentivam você a dividir sua cerveja e degustá-la junto com os professores, aprendendo também fora da sala de aula. Não tem como descrever a experiência, se eu pudesse faria de novo”.

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Chicago chega a ter mais de cem cervejarias na cidade. Pra quem gosta de cervejas e músicas como eu é difícil não voltar”.

Leandro perguntou se na época que Bleed era advogado algum cliente já chegou a questionar sua atuação como cervejeiro. Alexandre conta que aqueles que descobriam sempre expressavam admiração, gerando um certo alívio em nosso cervejeiro que tinha receio das possíveis críticas no início.

Treta Catharina Sours e Berliner Weisse

Perguntamos a opinião de Bleed sobre o estilo Catharina Sours, primeiro estilo de cerveja brasileiro aceito pela BJCP (Beer Judge Certification Program). Bleed considera um estilo fantástico que define bem o Brasil pela variedade incomparável de frutas presentes no país. Para ele, um estilo que expressa essa tropicalidade é uma maneira de levar nossa assinatura para o mundo.

Sobre as comparações com a Berliner Weisse, Alexandre acha ambas bem diferentes entre si por vários fatores como o uso da fruta fresca, a percepção de corpo, a graduação alcoólica, a acidez. A Catharina Sours vem com o sabor frutado em primeiro plano, e uma leve acidez ao fundo. Já a Berliner Weisse tem uma acidez bem mais presente. Para o nosso convidado, existem diferenças suficientes para enquadrá-la em um novo estilo de cerveja.

“Sou apaixonado pela Catharina Sours. Como brasileiro a gente deve isso pra cena cervejeira nacional”.

Paradinha proteica: mito ou verdade?

Falamos também sobre a paradinha proteica usada para melhorar a espuma da cerveja. Leed explica que por enquanto se considera apenas um aprendiz cursando produção industrial cervejeira e que essa pergunta exige uma explicação química que por enquanto ele apenas acredita e confia até que se prove o contrário.

Perguntamos pro nosso convidado como é possível aprimorar os conhecimentos de sommeliaria. Para Leed, o que o ajudou bastante a aprimorar seu paladar foi a abertura de uma confraria com sete amigos. Cada semana um integrante era o host que selecionava os rótulos e os apresentava às cegas pros outros. Havia primeiramente uma avaliação em silêncio e depois cada um palpitava sobre um estilo.

“É legal ter essa experiência de degustação às cegas de uma forma mais contínua, não só nos cursos. Isso vai aprimorando o ajuste fino de sabores na sua cabeça, me deu uma bagagem de conhecimento de estilos que me ajudou inclusive no curso da Siebel”.

West Coast X IPA

Pedimos ao nosso convidado uma análise sobre os dois estilos de cerveja: as IPAs e as West Coast. Bleed explica que nas IPAs o que chama a atenção é a suculência da bebida, com uma textura mais macia e uma leve turbidez. Com aroma e sabor do lúpulo bem explosivos e o amargor presente, mas discreto.

Já a West Coast vem com o amargor em primeiro plano com uma intensidade mais forte. Também tem sabor de lúpulo, mas não é o que mais chama atenção. Tem uma percepção maltada, porém discreta, diferente das New England, principalmente por não usar trigo ou aveia e por trazer uma cor mais intensa, com um aroma de lúpulo em primeiro plano seguido de um toque cítrico e resinoso envolto em um drinkability mais old school e floral. O final é seco e chama o próximo gole.

YouTube

Falamos sobre o canal de Alexandre no Youtube e o perfil no Instagram. Ele conta que quando começou em 2015, a ideia era fazer um blog contando as experiências cervejeiras. Até que um amigo o aconselhou a criar um canal. Em 5 de junho de 2015, o primeiro vídeo foi ao ar perguntando “o que é cerveja”? Essa se tornaria a base estrutural do canal que sempre teve a intenção de ensinar e passar conhecimento às pessoas sobre as craft beers e tentar transformá-las do jeito que transformou Alexandre.

“Nunca planejei muito, tudo é consequência da dedicação e do amor que eu tenho pela cerveja”.

Para acompanhar nosso papo, Alexandre tomou uma Lock’n Load da “Spartacus”, Lud tomou uma West Coast da “Backbone” e Leandro aproveitou uma IPA da “5 Elementos”.

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