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Surra de Lúpulo – Participação feminina com Erika Rocha e Bob Fonseca

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No programa de hoje do Surra de Lúpulo, vamos para o segundo e último da série de programas com alguns insights que queremos tratar da nossa pesquisa Retrato dos Consumidores de Cervejas 2022 (3º ano). Nessa semana, vamos debater a participação feminina no mercado consumidor de cervejas, com a Erika Rocha, sommelière de cervejas e Beer Server pelo Cicerone, além de sócia da Brewsiness. E também com Bob Fonseca, jornalista que nos ajudou nas análises da pesquisa desse ano e esteve conosco no papo da semana passada.

Ouça na íntegra:

 

Para começar o papo sobre participação feminina no mercado cervejeiro, vamos conhecer nossa convidada. Em seguida, perguntamos se o mercado é acolhedor para as minorias.

 

Erika em 07’18’’: Estou no mercado por volta de dez anos. Iniciei no mercado cervejeiro sendo contratada para implantar e administrar o bar da Brewdog. Até que rolou a pandemia e passei para a parte de consultoria de eventos, e então abri a Brewsiness, para focar no mercado cervejeiro, auxiliando donos de bares a crescerem. Meu trabalho sempre foi voltado para o treinamento de pessoas. Respondendo a pergunta, acredito que o mercado vem evoluindo de modo geral. Antes o mercado era muito voltado para cervejas importantes e podemos ver o quanto mudamos. Mas tem muito ainda para melhorar e expandir esse espaço, seja para mulheres ou outras pessoas mais diversas.

 

Bob em 08’53’’: Gostaria de perguntar para a Erika, como que as consumidoras da Brewdog escolhiam o que gostariam de consumir no bar? E o quanto isso era diferente dos homens escolhendo cerveja?

 

Erika em 09’26’’: Era bem interessante porque quando começou, tinha muitas pessoas que não conheciam a cerveja artesanal, e a Brewdog realmente tinha esse lance de ter uma equipe capacitada para educar as pessoas na cerveja artesanal – esse era o grande diferencial. E isso sempre funcionou muito bem. Outro ponto que facilitava era a questão das provas da cerveja. Como tínhamos muitas opções de cerveja, eram 23 torneiras, as pessoas poderem experimentar ajudava muito. Principalmente as mulheres. A gente tinha essa missão de tornar as pessoas apaixonadas por cerveja. Então as pessoas não podiam sair de lá sem se interessar ao menos um pouco pelas cervejas. Além das provas, também fazíamos drinks com cervejas e isso incentiva o paladar.  

 

Na sua percepção, qual é o elemento responsável pela baixa participação feminina entre pessoas que consomem cerveja artesanal?

 

 

Erika em 17’05’’: Eu acredito muito no fator experiência. A partir do momento que você vai num lugar e tem alguém ali que vai te direcionar, fica tudo mais fácil. Não é frufru ou coisa de sommelier, é só alguém querendo algo diferente. Por isso, tem crescido também o auto serviço, né? Eu entendo que rolou a pandemia e os bares querem uma equipe enxuta, mas é muito importante o papel do sommelier ou alguém com experiência.  

 

Bob em 18’20’’: O quão importante você acha que é pra uma consumidora e a pessoa que atenda ela, com essas informações, seja uma mulher e não um homem? No sentido que ela tenha uma confiança maior? Ou você acha que é indiferente?

 

Erika em 18’36’’: Eu acredito que pra uma pessoa capacitada é indiferente. Mas quando a gente tem lugares onde a gente vê mais mulheres, a gente se sente mais acolhida. Quando a gente vê um rapaz capacitado, ele realmente vai entregar a experiência que ele foi treinado para. Porém, quanto mais mulheres a gente vê no front, a gente se vê mais acolhida.

 

Erika complementa que o reflexo é de um mercado mais masculino, mas que há um aumento gradual e significativo de mulheres no mercado.

 

Pela sua experiência trabalhando com consumidoras de cerveja artesanal, qual foi a melhor forma de se aproximar delas para transmitir informações e tirar dúvidas? E qual foi a menos eficiente?

 

 

Erika em 21’21’’: Essa questão das provas facilita muito na hora de consumir, porque você prova e sabe se gosta ou não. A outra coisa que não ajudava a gente, era uma mulher como acompanhante vindo com um homem, e ele pedia a cerveja mais adocicada estereotipada de mulher. Não adianta ir por esse caminho, a mulher tem toda a autonomia para beber a cerveja que quiser. E só provando a gente vai saber, né.

 

Das cervejarias que você conhece, qual seria um bom exemplo que faz um trabalho para atrair mulheres? 

 

 

Erika em 29’46’’: Gostei muito da experiência que tive na Hocus Pocus. Gostei muito também da cervejaria paradoxo, curti para caramba e tinha um público feminino bem legal. Aqui no Sul as mulheres estão mais abertas a provar cerveja artesanal. Um outro que até fiz um trabalho lá, se chama Cipó, em SP, e lá só trabalham mulheres, sejam cis ou trans. Gosto muito dessa cultura em relação ao trabalho que fazem.

 

Acredita que exista a necessidade de revisar o treinamento dos profissionais que fazem o serviço de atendimento para deixar os ambientes mais acolhedores e aumentar a participação feminina?

 

Erika em 31’52’’: Bato muito nessa tecla de que tudo tem que ser de dentro para fora. Se quiser cuidar do cliente consumidor, a gente tem que cuidar do cliente interno que é o colaborador. Um exemplo é dar um uniforme decente pra galera. É muito importante esse ponto. E treinamento é o tempo inteiro! A gente tem que ter trabalho de reciclagem. Deixar a equipe preparada pra coisas que acontecem nos bares… coisas que nem se imaginam. Por isso o treinamento tem que ser com frequência. Por isso precisamos estar sempre orientando e direcionando. 

 

Bob em 34’47’’: Qual foi a coisa mais inusitada que você viveu em um bar?

 

Erika em 34’56’’: Uma bem besta, um cara me perguntou se eu tirava chopp na hora. E eu fiquei sem entender. Mas já vi gente dormindo na mesa… Eu tenho um mapinha chamado controle do caos, ensinando tudo o que se deve fazer nessas situações absurdas. E tem também as coisas que não são legais, como pessoas bebendo demais e sendo desrespeitosas. 

 

🍺 A saideira dos mecenas! 🍺

 

Erika, temos muitos mecenas que nos escutam que ou são produtores de cerveja caseira, ou tem interesse em ter um bar, ou fazem a distribuição, enfim, trabalham no mercado de alguma forma. E aí a dúvida que surgiu é, se um desses cervejeiros caseiros pensarem em abrir um brewpub, por exemplo, qual é a ideia inicial de investimento para treinamento da equipe?

 

Erika: Vamos lá, tem muita gente que deseja empreender neste mercado. É super atrativo e lucrativo, mas vamos lá. Se vamos falar de treinamento a questão principal é ser voltado ao serviço e hospitalidade para realmente conseguirmos atender e entregar uma experiência relevante para os clientes. Mas antes, precisamos lembrar que esses colaboradores precisam estar alinhados com os valores dessa empresa, senão não vão ficar. É muito importante ter essa clareza no momento da contratação. A gente fala muito dos valores da marca, mas é muito mais que isso, sabe? Você tem que pensar muito na mensagem que você quer transmitir com esse estabelecimento. Você quer que as pessoas se sintam em casa? Então essas pessoas têm que ser boas anfitriãs. Na hora de contratar e também de demitir, o que vai te guiar é a pessoa se alinhar aos valores. E é preciso lembrar que você cria um negócio, um bar, mas o bar não é para você… Você faz para outras pessoas frequentarem e se divertirem. Às vezes as pessoas caem nessa armadilha. 

 

Leandro questiona sobre o valor financeiro e como planejar os treinamentos.

 

Erika: Se você tá abrindo um bar, você precisa ter contratado anteriormente 30 dias antes a equipe para ela ir se entrosando, treinamento, conhecendo onde tem as coisas, depois tem soft open para ter aquele teste. Quando falei de treinamento recorrente, pelo menos de 15 em 15 dias. E dependendo de quanto tempo tem a casa, 1 vez por mês. E geralmente temos comunicação diária com a equipe, e reuniões semanais. Mas treinamento mesmo de 15 em 15 dias é o que eu sugiro. 

 


 

👉 Escute também: Surra de Lúpulo Ep.121 – Vida de Somméliere 2, com Bárbara Soares e Fran Sanci

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🍺 O que bebemos durante o programa? Erika toma Prussia Bier. Bob toma Session Ipa, da cervejaria de Campinas. Lud bebe água com gás. Leandro bebe Arre égua, da Cervejaria Uçá.

👑  SURRA DE LÚPULO é apoiado por MECENAS EMPRESARIAIS, VIVEIRO VAN DE BERGENCERVEJA DA CASACERVEJARIA NARCOSE e CERVEJARIA UÇÁ

 

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