Quem aí pediu aquele papo de bar?
No programa de hoje, vamos começar uma série novinha em folha para comemorar a chegada do ano de 2023! Hoje nós apresentamos para vocês o Boteco do Surra, programa especial para quem ama um papo de bar. Nesses episódios, falaremos com personalidades fora da bolha da cerveja artesanal, mas super dentro da alma dos botecos do nosso país. 😉
No primeiro Boteco do Surra, contamos com a presença de Carolina Morand, jornalista, âncora do Ponto Final CBN, e apresentadora do podcast Ao Ponto, do jornal O Globo.
Ouça na íntegra:
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Papo de bar mais sério; O Brasil nos obrigar a beber é algo novo? Como falar de moderação nesse cenário sócio-político-econômico?
Carol em 06’09’’: Assim, o Brasil nos obriga muito a beber. E acho que durante a pandemia, todo mundo teve essa fase de beber mesmo. Eu não sou uma pessoa de ter um bar na minha casa. Tem gente que tem, né, com garrafa de vinho, whisky… mas eu nunca fui assim. Eu abro uma cerveja, quiçá uma garrafa de vinho. Mas na pandemia me vi bebendo um pouco todo dia, tipo segunda-feira, terça-feira… E aí chegou um momento que achei demais, e precisei dar uma segurada. E cheguei na fase da pandemia de exercício, e comprei um transport. Esse ano de 2022 foi muito puxado, né? Eleição acirrada, e exaustão do governo Bolsonaro. Quando acabou o segundo turno, saí e pensei “onde vamos beber pelo amor de deus”. Cada um encontra seu meio termo, não dá pra beber no ritmo que o brasil demanda.
Leandro complementa que depois dos 40, ressaca é doença e quando bate não é engraçado, é chikungunya. Por isso, precisamos falar de beber com moderação.
Com tantos anos de experiência na carreira de jornalismo, quais foram os momentos mais marcantes que você já viveu?
Carol em 16’46: O jornalismo me colocou em situações que jamais estaria, para vários lugares. Eu adoro política, então pra mim é a copa do mundo. Então cobri toda a campanha, fui para Brasília cobrir a posse – da primeira eleição do Lula. Fui pros EUA no governo de 2018, para acompanhar a prévia do Obama com a Hillary, em Ohia. Fomos a Washington… Era todo um programa voltado para entender a eleição americana, que é algo bem diferente. Na outra ponta, fazer jornalismo me fez estar no meio de um conflito, na favela. Eu jamais teria vivenciado isso, como uma mulher branca de classe média. Teve uma vez que fui cobrir um tiroteio, e aí entrei no ar com um barulho comendo atrás. E minha mãe me ligou me dando um esporro, falando que ia ligar pro meu chefe. E eu falando que estava trabalhando, que não podia sair. E essa é a realidade de milhares de cariocas, de comunidades, que vivem isso. Estamos ali para reportar. […] Jornalismo não é só o furo, né? Existem pessoas reais por trás. Furo de morte não é furo… Não tem necessidade, cara.
O que você acha que pode unir o Brasil em 2023?
Carol em 30’45’’: O Brasil sempre foi um país dividido, com profundas divisões; rico e pobre, preto e branco… Essa lenda do brasileiro cordial é balela, viemos de uma herança escravocrata. Mas de certa forma, tinha uma certa cordialidade. E de um tempo para cá, realmente isso foi com Deus. E aí tem uma galera aí que reza para pneu, mas enfim, essas pessoas foram enredadas e caíram em fake news. Eu não sei como podemos resgatar essas pessoas. A boa notícia é que, Bolsonaro teve 50 milhões de votos, mas não temos 50 milhões de pessoas rezando para pneu. E aí acho que precisamos encontrar um ponto de diálogo com essas pessoas. Tenho esperança que voltando para a normalidade, com um governo feito por políticos, dentro da normalidade; acredito que as coisas vão se apaziguar um pouco. No momento, temos uma cicatriz na sociedade, que não deve ser curada tão cedo, como a cultura armamentista que se instalou no Brasil. O brasil teve o plebiscito, e as pessoas entregavam suas armas voluntariamente.
Voltando pro papo de bar, qual é o seu boteco preferido? E você bebe em pé ou sentada?
Carol em 37 ’59”: Vou citar um boteco, que pra quem é jornalista e sai tarde do trabalho, tá sempre aberto lá. É o Galeto Sats! Mas gosto de variar, fico um pouco sentada, fico um pouco em pé – dou essa variada para não cansar.
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Leandro em 39 ’00”: Já tive o GloBar que ficava em frente à Globo, já tive o Pavão Azul aqui em Copacabana, que sempre tem mesa. E aí era o patrão e tinha o magrinho, e aí ele quando tava cansado, sentava lá comigo, me dava dicas do que não era pra comer…
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Ludmyla em 41’09’’: Eu tive um momento muito legal de trabalho em Botafogo, que eu vivia no Palhinha. Tinha até um travesseiro com o nome dele, porque sempre queria estar com ele. Depois tivemos o Bar Lagoa, que tem garçom com placa com o ano de quando começaram a trabalhar no bar. A boa notícia para quem mora em Copacabana é que o Cervantes está de volta!
Você bebe cervejas artesanais? Por quê?
Carol em 46’06’’: Se me der eu bebo, mas não entendo nada! Não costumo ligar muito de ficar estudando a bebida, etc. Não tenho esse traço de ficar querendo estudar café, cerveja e vinho. Não é minha praia. Não sei se meu HD comporta mais, tenho que ler três jornais diferentes… então eu confio nos amigos que confiam e me dão cerveja boa para beber. Sei lá qual é a melhor, golden não sei o que lá…
Ludmyla complementa que depois da formação de sommelier, ela simplesmente quis beber uma cerveja artesanal sem precisar cheirá-la. Às vezes as pessoas só querem beber mesmo.
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Que esse ano seja incrível para todos nós. Feliz 2023 🙌
👉 Escute também: Surra de Lúpulo Ep.121 – Vida de Somméliere 2, com Bárbara Soares e Fran Sanci
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O que bebemos durante o programa? Erika toma Prussia Bier. Bob toma Session Ipa, da cervejaria de Campinas. Lud bebe água com gás. Leandro bebe Arre égua, da Cervejaria Uçá.
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