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Festival Cervejeiro com Raphael Rodrigues e Tiago Garcia

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evento cervejeiro

O assunto do programa de hoje é evento cervejeiro. Vamos falar de feiras, eventos, festivais de todos os tipos e tamanhos, e tentar entender os desafios, problemas e soluções que eles podem trazer pro mercado cervejeiro. Para ajudar a gente nesse papo contamos com Raphael Rodrigues, do All Beers (SP), e Tiago Garcia, do Festival ISO (MG).

Como vocês entraram no universo do Festival Cervejeiro?

 

Tiago em 06 ’59”: O Festival ISO, para variar, começou num Bar. Estava num bar com amigos, falando de festivais mundo afora e sobre como há uma carência de festivais cervejeiros no brasil. E então um amigo na mesa disse que toparia fazer; ele era dono de um restaurante em BH, e aí pensamos em fazer mesmo o festival com o modelo que queríamos. Foi tudo bem rápido, no meio de 2019 foi quando começamos a desenvolver e no fim de 2019 já estava pronto. Era para acontecer em maio de 2020, mas veio a pandemia. O conceito do festival inicialmente era voltado para um público nerd, mas durante a pandemia as coisas mudaram e hoje o festival é para todo mundo. Inclusive, gosto de quem não entende de cerveja, mas que quer experimentar. Somos um festival de cerveja high-end, e isso é um diferencial. 

 

Rapha em 9 ’25”: A gente tinha ideia de fazer uma festa, mas a gente nunca tinha sentado e discutido essa ideia. O site sou eu que faço, mas a festa eu faço com a minha esposa e um amigo. E aí comecei ter a ideia e fiquei pensando em algo onde pudéssemos juntar tudo da all beers em um local só. Sempre tivemos a visão de ser uma festa pequena, e foi assim que surgiu o all sessions. A gente estava precisando de um lugar, e na época fizemos numa cervejaria num sobrado em Pinheiros. E aí qual seria o tema da festa; eu e minha esposa gostamos muito do universo musical, e aí como todas as bandas usam essa expressão sessions, achamos que seria bacana usar. A primeira edição foi em 2015, e o nosso objetivo continua o mesmo, mas mudamos o espaço.

 

Qual é o papel do festival cervejeiro para o mercado cervejeiro? 

 

Rapha em 13 ’59”: Eu gostei e gosto até hoje de festivais e eventos. Acho que existem vários motivos pelos quais eu vou como consumidor; Encontrar com os amigos, e como profissional da cerveja artesanal, eu gosto de saber das novidades. Vou em busca disso, novas experiências e saber o que o pessoal está trazendo de novo. E acho que a ideia do festival é essa, trazer cervejas diferentes, é assim que fazemos o All Beers Session. Precisamos mostrar o mercado, o que tem de legal e o que é cerveja artesanal. O festival é uma grande vitrine.

 

Tiago em 15 ’59”: É uma pergunta super complexa porque a gente tem que pensar desde a parte do produtor do evento. É um nicho do mercado muito interessante e é uma possibilidade de investimento bacana. Mas pensando como consumidor, tem consumidores que são cervejeiros que vão para festivais pra fechar negócio. Então tem um cara que vai lá pra curtir e pra esse cara, o festival cumpre esse papel. Eu como idealizador, a minha ideia do festival  ISO é muito sobre ensinar. Sobre mostrar coisas diferentes. Produtos que quem consome do mercado tradicional, não faz ideia que existe. Gosto do desafio de agradar pessoas que têm alguma resistência para tipos diferentes de cervejas. O lugar que escolhemos é com vista para uma lagoa, para ser um ponto turístico, e aí colocamos música, pão de queijo especial de Belo Horizonte. Nossa cerveja é bem trabalhada… A ideia é ter um debate também sobre o ISO. […] Jamais terão marcas mainstream no festival ISO, nós queremos impulsionar nanocervejarias.

 

Como funciona a organização de um festival cervejeiro?

 

Rapha em 27 ’47”: É o que eu falei, a gente chegou nesse formato. Que é o formato com número de pessoas que a gente queria atingir e aí a gente foi reproduzindo a receita e foi dando certo. Nosso festival é dividido entre chope, garrafas e latas. É engraçado porque o pessoal fica na fila para pegar as bebidas e a fileira tem uma chopeira, então eles ficam na fila experimentando diversas cervejas. E eu fiz um cálculo de quanto uma pessoa bebe durante todo o horário do nosso festival. Passou de seis da tarde já pode dar problema. Então é uma preocupação nossa, porque ninguém gosta de confusão em festival, né? E foi aí que a gente decidiu que seria um festival de curto período de tempo. A gente se baseia em 3 litros por pessoa, numa festa de 5 horas.

 

Tiago em 33 ’00”: Vamos lá, eu não sou do setor de eventos, sou médico, então esse foi o primeiro evento que fiz na minha vida. Foram vários desafios. Para vocês terem noção, as chopeiras ficaram prontas na sexta e o evento era no sábado. Eu comprei as caixas térmicas do Sul para um cara fazer as chopeiras. Tem algumas coisas que eu já aprendi e não vou passar mais. Tem o cilindro do gás, a estrutura que é muito cara… Tem muita coisa de organização que é muito complexa e que vai dar errado. No nosso caso, como foi o primeiro festival, eu não tinha noção do quanto a galera ia consumir. Comprei muita cerveja, 6 litros por pessoa, de uma cerveja com teor alcoólico maior. Então sobrou muita coisa. Mas não foi tão ruim porque o que sobrou estou vendendo pros bares de BH. Mas longa história, vou baixar esse cálculo por pessoa, com certeza. A média de consumo foi de dois litros por pessoa. 

 

Como funciona a formação de preço de um evento cervejeiro do porte de vocês?

 

Tiago em 46 ’15”: O primeiro evento, eu tava pronto pra tomar um baita prejuízo. Pensamos na precificação e o maior custo do meu festival foi de cerveja. E isso determina o preço que eu coloco no ingresso. Quanto mais cerveja eu colocar, mais alto vou cobrar. No meu caso, ⅓ das cervejas eram envelhecidas em barril. A gente prezou também por produtos high-end. E isso também influencia o valor dos ingressos. Esse é o raciocínio pessoal que eu faço. Temos o nosso budget, temos o nosso break-even, e aí em frente a gente pode fazer gracinha. A gente muito provavelmente vai trazer uma cervejaria de fora do brasil, e isso tem um custo muito alto. O mercado teve um reajuste, e tem muitas cervejarias lutando para sobreviver hoje em dia, então não posso chegar pro cervejeiro e não pagar o valor adequado. Quem entende o valor do ingresso precisa entender o que está sendo servido.

 

Rapha em 50’07’’: Eu percebo que conseguimos colocar uma precificação para não levar prejuízo. Porque a ideia é mostrar o que está acontecendo no mercado. E quando vem reclamações sobre o valor do ingresso, vem de pessoas que não estão acostumadas a festivais de cerveja artesanal. Por exemplo, eu sei que o ISO é um festival de cerveja high-end, então você vai se preparando para um valor que não é baixo. Quem é do mundo cervejeiro entende, quem reclama não é desse meio.

 

 

 

Obrigada pelo bate papo incrível, pessoal.

Não deixem de conferir o Festival ISO e o Festival All Beer Sessions! 

 

👉 Escute também: ep 130 – Rota cervejeira com Gabriel Thuler Costa

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🍺 O que bebemos durante o programa? Rafa bebe dry stout da rUeRa, Tiago bebe uma pilsen tcheca, Lud bebe Pilsner Urquell, Leandro bebe Ipa da Goose Island. 

👑  SURRA DE LÚPULO é apoiado por MECENAS EMPRESARIAIS, VIVEIRO VAN DE BERGENCERVEJA DA CASAMONT.INK e CERVEJARIA UÇÁ

 

 

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