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Surra de Lúpulo #164: Conexão Cerveja Brasil com Giba, da ABRACERVA

ONDE OUVIR:
Giga Tarantino ABRACERVA

No programa de hoje do Surra de Lúpulo, vamos falar sobre associativismo, mais especificamente com Giba Tarantino, que já foi dono de importadora, atual sócio da Cervejaria Tarantino e, recentemente, presidente da ABRACERVA. Ele decidiu montar nesse touro e trazer as coisas para prumo. Ouça na íntegra:

 

Sobre a união do mercado cervejeiro com a ABRACERVA

 

Giba taratino tirando cerveja direto da boca

Giba em 05’54’’: A Abracerva está fazendo 10 anos agora. Ela começou na época do Marcelo Carneiro, da Colorado, e ela teve boas conquistas. A gente sempre lembra da inclusão das cervejarias no simples nacional. Mas vale lembrar o período difícil que o mundo passou aí, a pandemia e além disso tem a crise financeira do brasil que parece que não passa muito, apesar do mercado ser maravilhoso, com pessoas maravilhosas. Mas a gente tem que tomar conta, tem que proteger o mercado, as cervejarias. Mas para tanto, precisa de muito trabalho, de muita união. Em novembro do ano passado eu fui reeleito. E nós criamos um projeto pra rodar o país e a gente encara isso como uma reconstrução, após um momento turbulento. Mas é muito importante as empresas, as cervejarias, todo mundo se unir porque nós somos muito capilarizados. Somos 1500 cervejarias do brasil, e dessas tem 60 que pertencem aos maiores grupos. Mas a gente precisa de muita coisa pra melhorar. Eu mesmo deixei o meu dia a dia na Tarantino pra me dedicar a esse projeto que é um grande desafio.

 

Conexão Cerveja Brasil vai sair do papel?

 

Giba em 08’17’’: A ideia é louca e eu já me arrependi 80 vezes [risos]. Mas o nosso país é gigantesco e hoje aqui somos 1500 cervejarias e nos EUA tem mais de 10 mil, e eles estão muito unidos lá por muito mais tempo, com a Brewer’s Association. No pós pandemia a gente viu um mercado estraçalhado, várias cervejarias fecharam, vários bares fecharam. E conversando com as cervejarias do país, a gente ouviu muito que tudo acontecia no sul e no sudeste do brasil. Como fomentar o universo cervejeiro nas outras regiões. Se você for participar de campeonatos custa caro, pra acompanhar também, para levar o material custa caro. Com base nisso, nossa ideia é criar eventos regionais, além de campeonatos, a gente quer realizar congressos. A gente quer ter mais contato com os parlamentares dos estados e dos municípios. Tem muita lei contra a bebida realizada em municípios que sabemos que com as informações corretas, podemos mudar a lei. A ideia é chamar profissionais do MAPA para falar sobre produção, sustentabilidade e diversidade, que são assuntos muito importantes hoje em dia. A gente deve entregar 18 eventos até o final do ano. Mas o objetivo é fomentar. A gente não promete o maior festival, com o maior número de entradas e participantes. Não, a gente quer entregar bons eventos e para ano que vem melhor. Mas o que queremos mesmo é unir a galera, unir o segmento. Cervejeiros participam dos nossos eventos para fazer networking, se atualizar, saber das novidades rolando do mundo inteiro etc. Vamos começar nossa agenda de 25 a 30 de julho em Vitória, no Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais. No final de agosto, vamos para o nordeste. Em setembro vamos para o centro oeste que tem uma cena cervejeira surpreendente. Final de outubro norte. No final de novembro, a região sul. E a final vai ser no início de dezembro na cidade de São Paulo.

 

Queremos saber da tua visão geral de como está a cerveja artesanal no Brasil e  como a ABRACERVA tem se movimentado para ajudar a destravar questões importantes do setor?

 

mãos brindandoGiba em 17’45’’: Um amigo meu que tem bar me perguntou como eu me sinto ter sobrevivido a pandemia. Se a gente pensar aqueles dias tão difíceis. Tem cerveja na câmara fria, como não vender o que estava lá fechado? Mas o fato é que a pandemia pro nosso segmento foi um terror. Sobrevivemos, estamos aqui. Porém o aumento de insumos e variação cambial foi muito grande. Nosso segmento não consegue repassar na mesma proporção. Então o que era difícil, ficou mais difícil e achatado. Se eu tivesse desejos seria, primeira coisa a resolver tributação e segunda coisa, gestão. Sou defensor de fazer as coisas de forma formal e cobrar dos nossos governantes. Não podemos ficar quietos, precisamos correr atrás. O governo faz a sua parte e nós precisamos fazer a outra. O setor precisa continuar sendo cuidado para continuar crescendo, mas quais são esses cuidados? O que a gente tem feito é o seguinte, ter um olhar muito frequente para questões de custos que são os impostos. Coisas que Abracerva vem defendendo: aumento do teto do simples nacional, que não é atualizado desde 2006. 

 

Quais são os temas mais sensíveis que estão sendo tratados no âmbito político que tocam a cerveja artesanal atualmente?

 

Giba em 26’21’’: Na Reforma Tributária, a gente tem essa proposta e é importante ressaltar que essa proposta foi apresentada internamente para as grandes cervejarias. Porque se a gente pegar aí, a maior cervejaria, eles fazem 1 milhão e meio 2 milhões de litros por mês. As grandes fazem 1 bilhão. Então a gente tá fazendo um estudo compartilhado com as grandes, para que elas entendam nosso pleito. Isso é muito estudo, muita articulação. Mas todos esses estudos têm que fazer sentido. Na primeira fase da reforma tributária, a gente vai olhar pra volume de produção e classificar todas as cervejarias, desde gigantes a nano cervejeiros. Para a segunda fase, o foco vai ser teor alcoólico. Porque quem vai ser o concorrente da cerveja, como um todo, são os vinhos e os destilados que possuem um percentual alcoólico maior que a cerveja, na média. 

 

Lud complementa que no direito, você aprende que deve tratar de maneira igual os iguais e desigual os desiguais – que é o objetivo da nova proposta tributária da Abracerva. 

 

O que você acredita que o mercado brasileiro e a própria ABRACERVA podem aprender com mercado e associações, como a Brewers Association?

 

Giba em 09’02’’: Eu tenho a sorte de ter trabalhado muito com a BA desde que eu comecei. Convivia com pessoas importantes. A primeira vez que encontrei com estande da BA foi num evento e eu falei com o cara que eu queria importar cerveja americana, e o cara disse que não estava aqui para vender e com a missão de ensinar. E eu não entendi nada. Mas depois, eu percebi que fez todo o sentido. Inclusive, depois eu negociei muito com esse cara. Mas eu sempre vi na BA essa coisa de lutar pelas pequenas cervejarias e pela sustentabilidade. Muita gente tá falando de selo de cervejarias artesanais, eles já falam disso há muito tempo. Sobre os núcleos de diversidade também. É muito legal o clima da BA. E isso a gente quer trazer aqui pro nosso mercado. Precisamos abrir a cabeça com relação à diversidade. Temos mercados importantes, se olhar só pelo lado financeiro. A gente tem que estar aberto a incluir todo mundo. Tenho esse pensamento na minha casa e no Tarantino. Toda semana temos um GT onde apresentamos ideias novas, a Abracerva tem em São Paulo o observatório gastronômico, onde falamos sobre a importância da cerveja dentro da cidade. Mas tem muito trabalho para ser feito pela frente. 

 

 

👉 Escute também: Dueto Cervejeiro: Dutra Beer e Cervejaria Soviet

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🍺 O que bebemos durante o programa? Giba bebe Elvis Juice, da Brewdog. Lud bebe água e Leandro bebe Oceânica, Delicate Sea.

👑  SURRA DE LÚPULO é apoiado por MECENAS EMPRESARIAIS, VIVEIRO VAN DE BERGENCERVEJA DA CASACERVEJARIA UÇÁ , PRUSSIA BIER IRIS  PAY e RAMBEER.

 

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