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“Surra de Lúpulo” ep.87: Escola Britânica de Cervejas

ONDE OUVIR:
Escola Britânica com Celso Júnior

A Escola Britânica de Cervejas foi a próxima escola de cervejas nas nossas conversas sobre essas tradições. E nessa edição do Surra de Lúpulo, nosso podcast sobre cervejas artesanais, chamamos Luís Celso Júnior, do Bar do Celso para nos dar aquela aula sobre o tema.

O começo da Escola Britânica de Cervejas

Como ouvimos nas outras edições sobre as escolas de cervejas, esse registro é algo muito contemporâneo, porém, é interessante perceber que o consumo de cervejas nas ilhas britânicas é muito antigo e, até, “contracultura’. Na idade média, enquanto no restante da Europa, devido o Império Romano, os povos preferiam vinho, do outro lado do Canal da Mancha, bebiam as ales e era um hábito comum a todas as nações das ilhas.

“O que a gente chama de escola inglesa hoje, é uma simplificação em termos. Porque engloba tudo que é o Reino Unido. A Escócia, Irlanda… Muita gente chama de escola britânica ou escola anglo-saxônica.”

Estes países trouxeram muita inovação para a tecnologia de malteação, essa evolução fez com que os britânicos tenham sido os primeiros a produzirem cervejas  diferentes das marrons, que era o comum na idade média na Europa. Por isso, o malte seja um dos protagonistas das cervejas dessa escola.

“Quando as primeiras tribos subiram do Oriente Médio para a Europa, eles tiveram dificuldade de secar os maltes, não tinha tanto Sol para isso. Então, eles começaram a secar a fogo, e o fogo tostava e torrava os maltes e saia uma cerveja marrom.”

A partir de 1600, os maltes na parte inglesa passavam pelo uso do koch, o que tirava as cervejas da cor padrão e as deixando mais claras. Assim nasceu a Pale Ale.

As características das cervejas da Escola Britânica

Essas cervejas possuem alguns pontos em comum:

  • Foco no malte
  • Menos carbonatada
  • Menos espuma
  • Consumo das cervejas nos pubs

O consumo das cervejas inglesas e os PUBs

Casks AlesÉ impossível separar a tradição da cerveja no Reino Unido dos pubs. Ainda na idade média, um dos  lugares para se comprar cerveja eram as tavernas, normalmente cervejas produzidas por mulheres, ou monastérios. Com o tempo, foram criadas uniões desses estabelecimentos, dando origem as public houses. 

“Você tem uma condição climática no Reino Unido horrível. Tempo feio e chuvoso. Você não ia ao parque para conversar com os amigos ou fazer negócios. Você ia para o pub. Não tinha Shopping Center.”

Esses espaços foram tão públicos a ponto de serem usados para negócios, encontros entre amigos e familiares, festas de crianças e encontrar novos amores.

As cervejas servidas nos pubs eram por meio dos barris. As Casks Ales, ou Casks Beers. Elas eram armazenadas em barris, onde ainda ocorria fermentação e eram servidas sem o uso de pressão, somente pela força da gravidade. O que causava uma perda de carbonatação e redução de espuma que falamos acima.

O CAMRA

A Campaign for Real Ale nasceu em 1971 e foi um movimento de consumidores para proteger as cervejas servidas em pubs da invasão das grandes industrias cervejeiras. Até a década de 80 o consumo das cervejas sempre foi nos pubs, servidas pelas Casks e esse método tornou o símbolo do renascimento da cerveja na Inglaterra, um bastião das artesanais contra as cervejas de massa.

O CAMRA realizava várias ações para vencer essa guerra, certificava os bares que serviam boa cerveja, sem contaminação e trabalhava com as instituições governamentais, fazendo lobby para leis de incentivo aos pequenos produtores.

“Quando ele levanta a mão e diz que essa é a verdadeira cerveja inglesa. Ele está brigando contra o domínio do chopp que estava entrando no mercado.”

“Na década de 80, o consumo nos pubs era tão forte que cerca de 80% da produção de cervejas inglesas era consumida nos pubs. Quem dominava as torneiras dos pub, dominava a cerveja na Inglaterra.”

A organização ainda existe, com mais de 50 anos, ainda preza pela real cerveja inglesa e produz festivais dentro do Reino Unido.

Qual é o terroir da Escola Britânica?

Não foi apenas em tecnologia que o Reino Unido contribuiu para o universo das cervejas, os lúpulos produzidos nas ilhas trazem características bem próprias.

“O lúpulo inglês é um lúpulo de características muito específicas. Bastante herbáceas e terrosas.”

Além disso, cada região da Britânia trazia características próprias.

“O terroir das cervejas escocesas era muito diferente das inglesas. A Escócia sempre teve uma água muito mais dura. Um clima mais frio, e as fermentações aconteciam em temperaturas mais frias.”

Entretanto, a partir dos séculos XIX e XX, a Inglaterra começou a usar muito o lúpulo americano. Isso devido a falta de lúpulo inglês no mercado.

Alguns estilos dessa tradição

  • English Brown Ale
  • Pale Ale
  • Bitter
  • Porter
  • Stout
  • Barley-wine
  • Imperial Stout
  • Scotch Ale

Além de toda essa aula, Celso nos contou a real história do surgimento da Indian Pale Ale, a tão querida IPA.

Referência bibliográfica citada pelo Celso:

Neste programa, Celso bebeu uma Lagunitas, a Lud bebeu a Framboise Fondant da Dom Haus e o Leandro bebeu a 1845 da Fuller’ s

Continue a ouvir nossa série “Escolas das Cervejas”

Escola alemã, com a Káthia Zanatta

Escola belga, com Fernanda Meybom 

Além da nossa série, você pode continuar a ouvir o Celso em outra aula que ele nos deu, sobre cervejas de guarda.

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