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Surra de Lúpulo Ep.139 – Os jovens estão bebendo cerveja?

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No episódio de hoje, vamos usar a Pesquisa Retrato de Consumidores de Cerveja 2022, para pautar o tema: Os jovens estão bebendo cerveja? Nesse papo, contamos com a presença de Bob Fonseca, que nos ajudou nas análises da pesquisa, além da conclusão poderosa. E para agregar ainda mais, estamos com André Barros, da Cervejaria Layback, que vai nos contar um tanto sobre a construção dessa marca tão focada nos jovens. Ouça na íntegra:

 

 

Os jovens estão bebendo cerveja? Parece que o público da cerveja artesanal no Brasil está envelhecendo.

 

André em 08’25’’: Na verdade, queria até fazer uma análise. Nós somos de Floripa, e acho que essa pesquisa não caberia lá. Culturalmente, as cervejas artesanais hoje são mais conhecidas pelos jovens porque eles estão sempre nos eventos da Layback. O que eu vejo é que a cerveja artesanal sempre foi de um público jovem, mas ela é uma cerveja de paladar apurado e querendo ou não tem a questão de preço, né. Por um outro lado, essa transformação que a cerveja artesanal trouxe, ela está trazendo cervejas de alta escala, como a cerveja puro malte, como a Ambev, que está trazendo a puro malte. O jovem já está gostando do puro malte. Mas o jovem busca cerveja pra ficar bêbado, né. Mas um jovem de 26 anos para cima, já busca uma cerveja diferente.

 

Bob em 12’45’’: Mas André, acho muito válido ressaltar que por você usar temáticas de skate e surf, você consegue tirar a cerveja da gôndola e atrair esses jovens; antes mesmo deles terem poder aquisitivo para consumir. Muitas marcas ainda não perceberam que permear o imaginário é uma forma de instigar o consumo futuro.

 

Queremos conhecer um pouco do projeto da Layback. Como você descreveria o público da Layback em termos de idade, conhecimento sobre cerveja e consumo?

 

 

André em 16’27’’: Bom, no nosso instagram não usamos em momento algum a palavra cerveja ou craft beer. Tivemos por muito tempo o nome Layback Beer. Crescemos demais nos últimos dois anos, e no momento somos a maior marca de cerveja com engajamento com o público. Mas aí começamos a ver crianças de sete anos, com adesivo da Layback Beer no capacete. Então ficamos preocupados com isso, porque sempre quisemos trazer a mensagem de que a cerveja é para se tomar de forma responsável, algo benéfico, como a cannabis. Então sempre quisemos conduzir a layback para que as pessoas consumissem a Layback de forma benéfica. Por isso, fazemos campeonatos de skate e marcamos presença nesses lugares. Tiramos o Layback Beer porque realmente ficamos preocupados, temos um público muito jovem que nos segue no instagram, e isso me deixou preocupado juridicamente. Aí comecei a patrocinar alguns atletas infantis de skate e surf, e também tiramos o “beer” do nome. Nossos atletas são muito premiados, e nós sempre quisemos educar os jovens para um novo paladar. […] Inclusive começamos a produzir café para tirar o foco da cerveja. A Layback hoje em dia é uma marca de cerveja, café, roupas, de lifestyle de skate e surf. 

 

 

Como foi o seu primeiro contato com a cerveja na vida? E como foi o do Pedro? 

 

André em 32 ’49”: Meu pai era um pai muito careta. Tudo era dentro da lei, bebida para ele era mais de 18 anos. E minha mãe era mais liberal, meus irmãos eram sapecas pra caramba, já faziam tudo… Aí eu fazia coisa escondido, então fazia sem informação nenhuma. Pedro começou a tomar cerveja com muita liberdade dentro de casa. Criei ele sozinho, então fazia muita coisa na frente dele. Meu trabalho sempre teve horários flexíveis, desde que o Pedro nasceu. Então os empregos que eu tinha como chefe de cozinha, por exemplo, ele era conciliado com a escola dele. E fora a escola deve, ele estava do meu lado. E tudo o que eu fiz de fumar maconha e beber cerveja, eu fiz na frente dele, educando sobre o uso medicinal. E todo mundo via minha família como “ah, família de skate, tudo vagabundo”, mas é porque família de esporte tem isso, você vê pessoas jogando com pessoas mais novas. O que vale não é a idade, é a performance.  Claro que eu sempre fui mais inflexível com o álcool, porque eu queria que ele bebesse comigo, pra tomar cuidado. 

 

Voltamos a primeira pergunta, os jovens estão bebendo cerveja ou será que o público jovem está bebendo menos? 

 

André em 38 ’20”: Acho que existem grupos de pessoas hoje em dia, como tem do vegano, vegetariano, atleta… Então, são grupos, né. Mas o álcool está muito associado a momentos de alegria, dar um up na pessoa, levar a pessoa a um outro estado de espírito. Eu não acho que isso existe. Tem um mercado muito grande de pessoas que não bebem, mas que gostam de estar com pessoas que consomem álcool. Existem muitos ex alcoólatras tomando cerveja zero álcool pelo paladar. Mas na minha percepção, eu não acredito que os jovens devem estar bebendo menos. 

 

Bob em 40’55’’: Eu acho que é um movimento que tá um pouco atrás da demanda, assim como veganos e vegetarianos nos restaurantes. Então tem uma abertura bem maior hoje. Esse público que não consome carne, ou que pensa numa alimentação mais saudável, vai atrás desse tipo de cerveja [sem álcool]. 

 

 

 

Ficamos refletindo sobre marcas que precisaram se revitalizar, como a cervejaria Praia, também focada em surfistas, que só faz dois tipos de cerveja e trabalha com lifestyle. Ele já veio aqui bater um papo com a gente e falou sobre o trabalho de transformar a empresa de forma mais sustentável, e volta para a história do propósito, do jovem estar mais aberto para esse tipo de pauta que pessoas mais velhas.

 

André em 44 ’45”: A Layback hoje é a empresa que mais construiu pistas de skates no mundo, e era essa exatamente a nossa história. Todos os lugares em que fizemos isso, eram lugares carentes, e queríamos ser uma ferramenta social para isso. Entendemos que apesar de não ser uma área pública, é para a comunidade. Também damos aulas de skate para pessoas de baixa renda. Então, o projeto da Layback sempre funcionou voltado para a parte social primeiro, comunitário, e depois empresarial. 

 

Gostaram do nosso papo? Agradecemos muito a participação do Pedro e do Bob!

Até a próxima!

 


 

👉 Escute também: Biblioteca Sensorial com Hellen Malully

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🍺 O que bebemos durante o programa? Bob não bebe nada. André bebe Hop Lager. Ludmyla bebe Lagunitas.

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