No episódio de hoje do Surra de Lúpulo, Ludmyla e Leandro atravessam o oceano e falam com Gustavo Gallas, da Gallas Beer Portugal, e Aquiles Jr para saber como é a vida dos brasileiros cervejeiros em Portugal. Gustavo e Aquiles falam sobre a vingança de 1500, as motivações que os levaram a sair do Brasil, como foram os primeiros momentos na terrinha, por que investir em cerveja em Portugal, o mercado português e como os patrícios passaram pela pandemia. Ouça na íntegra:

 

Por que vocês saíram do Brasil e foram morar em Portugal?

 

Aquiles: Eu saí em 2017 e vim pra cá e só voltei em 2018 à passeio, porque eu queria fazer mestrado na Universidade de Coimbra. Era o meu sonho e realmente, consegui realizar esse meu sonho. 

 

Gustavo: Minha ida à Portugal foi mais uma questão de experiência, né. Eu empreendo em Portugal desde 2014 mais ou menos; então eu sempre ficava um pouquinho em Portugal e um pouquinho no Rio. Com a pandemia, a gente teve que ficar perto – todo mundo – e nos últimos 2 anos eu precisei focar em Portugal. Agora, a gente tá voltando a nossa rotina normal de sermos eternos viajantes, vamos dizer assim. Mas Portugal é legal por conta da segurança e maior qualidade de vida. 

 

Como tem sido a experiência de vocês no país como Brasileiros?

 

cervejeiros em portugal

 

Gustavo: Xenofobia pra mim foi zero, cara. Acho que sou uma pessoa muito tranquila e se alguém conta uma piada, tô sempre bebendo uma cerveja… Tem amigos que passaram por isso, mas não tenho nada sobre isso pra contar. Os portugueses são um povo muito receptivo, muito aberto e educado. 

 

Aquiles: Sou uma pessoa que observa muito o que você acabou de falar… o brasileiro que chega aqui e quer conseguir um emprego de caixa de supermercado, garçom, isso na restauração né… Não foi o meu caso, né. Nem o caso do Gustavo. Até justifico assim, somos dois brancos de classe média brasileira que vieram pra cá gastar. […] A minha xenofobia foi no meio acadêmico, mas por outras questões.

 

Como é a cena para cervejeiros em Portugal?

 

 

Gustavo: Vamos lá, posso dizer que a cena cervejeira está crescendo muito. Frequento o mercado cervejeiro a 5 anos mais ou menos. Eu pegava o meu carro, enchia de cerveja e ia pra casa felizão degustar. Assim, o brasileiro é um povo muito americanizado… É inegável que os EUA estão em primeiro lugar na cena cervejeira no mundo todo. O brasileiro herdou isso um pouco porque temos uma facilidade pra seguir novas tendências. Os portugueses tem um ritmo diferente, mas eles abraçam a cerveja artesanal de uma forma muito bacana. […] O português tem cultura de vinho, eles estão acostumados a almoçar e jantar bebendo uma tacinha de vinho, mas vejo isso mudar para uma artesanal.

 

Aquiles: O que eu percebi entrevistando vários brasileiros que empreenderam no mercado da cerveja, mas todos eles perceberam que o mercado aqui estava em plena expansão. É muito interessante que as pessoas pensem que o vinho poderia ser um empecilho pra cerveja artesanal, mas é interessante que todos pensaram justamente o contrário. Porque tem várias empresas pequenas que fazem seu vinho, e isso faz com que os portugueses tenham essa cultura da experimentação.

 

Como é o consumidor de cerveja artesanal português? 

 

 

Aquiles: Eles geralmente perguntam pra quem tá servindo “essa cerveja é de que?”, se é mais forte, mais fraca, eles querem experimentar o que tá ali. Quando ele sai com a esposa e os amigos, ele vai na onda dos amigos… Não tem aquela coisa de lagger e ale, é “mais amarga”. E é engraçado porque eles começam com a diferenciação das normais que eles já tem… Devagarzinho o paladar vai apurando, a pessoa começa a beber cerveja de trigo e depois já tá tomando uma IPA. 

 

Gustavo: Eu sempre falo que existe a artesanal e existe a especial. A Especial é aquela que tem alguma coisa diferente, talvez um pouco mais de lúpulo, ou aroma, que foge um pouco do mercado das massas. Quando eles lançaram em Portugal a coruja, isso deve ter uns 4-5 anos talvez, os beer-geeks ficaram pra morrer com essas cervejas especiais que dava pra encontrar no mercadinho. Todo mundo tem que ser respeitado né, mas o beer-geek quer uma novidade a cada semana. 

 

Encerramos o papo falando sobre os impactos da pandemia em comparação com Brasil x Portugal e brindamos pela saúde de todos os nossos ouvintes. Obrigada por esse bate papo incrível, Gustavo e Aquiles.

Até a próxima!

 


 

 

👉Ouça também Surra de Lúpulo: Mitos das Cervejas produzidas com Milho

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🍺 O que bebemos durante o programa? Gustavo e Lud bebem água, Aquiles Jr bebe Epicura Belgian Ale e Leandro bebe Vienna Lagger, da Cervejaria Proa.

Surra de Lúpulo

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