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Eu, Cervejeira com Annie Raposo

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eu cervejeira com annie raposo

Hoje é dia do quarto programa da série Eu, Cervejeira onde sempre falamos sobre o mercado cervejeiro com mulheres incríveis da área. Por isso, estamos aqui com Annie Raposo, Engenheira de alimentos, Pós Graduanda pela Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), Técnica Cervejeira na Cervejaria Vierbrauer e ex-diretoria da Acerva Paraibana. Como podem ver, é uma mulher com histórico impressionante! Ouça o nosso papo na íntegra:

 

 Você imaginava que ia entrar no mercado cervejeiro? O que a Annie criança queria ser?

 

Annie em 08’29”: Antes da cerveja entrar na minha vida, eu não gostava de cerveja. O que a Annie queria ser quando estava crescendo, nem ela sabia. Acho que minha vida foi acontecendo, sabia que eu iria pra área de biológicas… Meus pais são agrônomos, então acabei trabalhando com engenharia de alimentos. E quando fiz intercâmbio e fui pra Bélgica e aí acabou… Provei aquelas lambics com frutas, e fiquei espantada daquilo ser cerveja comparado com as cervejas de supermercado. Foi aí que começou meu interesse, pensando se era possível fazer em casa. E casou com os meus estudos da época. Aí em 2016 e 2017, começou um boom aqui de cursos de cerveja. Aí em 2017, fiz curso de cervejeira caseira. Ser cervejeira me tirou de um buraco que eu estava e hoje em dia, tudo que me envolve, envolve cerveja.

 

Você atua na Vierbrauer, que é uma pequena cervejaria da Paraíba. Como é a cena cervejeira na Paraíba e quais são os maiores desafios?

 

Annie em 13’54’’: A cena cervejeira da paraíba começou de forma lenta. Ela já começou mais tardiamente que nos outros estados, mas quando começou foi um boom. Várias cervejarias nascendo uma atrás da outra… Eu perguntei pro presidente da Acerva quantas cervejarias registrada no MAPA a gente tem porque eram 7 e 8 até 2020 e hoje são 15. Não sei mais ao certo porque algumas fecham e outras abrem… A pandemia teve um efeito bem pesado em algumas cervejarias que conheço. Mas a cena cervejeira que eu percebo é que temos cervejas excelentes. A cervejaria que eu trabalho é de extrema qualidade, a gente tem duas cervejas premiadas. A gente também tem a realidade alternativa que é o melhor brewpub do brasil, segundo o CDC. Então temos cerveja de extrema qualidade, mas é luta. Quando a gente entra no mercado, a gente tem que fazer um trabalho de educação, aquele trabalho de formiguinha. É explicar pro cliente “Olha, o nosso litro tem uma qualidade infinitamente melhor que o litro de cerveja de supermercado”. E a gente tem um preço bem competitivo com o mercado. Eu gostaria mais que as cervejarias fossem mais unidas, principalmente pra fazer esse trabalho de educação. Algumas pessoas muito queridas pra mim fazem esse trabalho de formiguinha, que é muito difícil de fazer. Mas é esse o desafio, mostrar que a Paraíba tem muita cerveja boa, com bons insumos, premiadas… 

 

 

Você foi diretora da Acerva Paraibana e também participa da confraria feminina Fulô de Mandacaru. Isso demonstra que você acredita na união e no associativismo. Como você vê a inserção da mulher consumidora e tb cervejeira caseira na cena artesanal na Paraíba?

 

Annie em 22’28’’: Por ter feito parte da Acerva e por ter sido uma das poucas mulheres participativas da acerva – sei que muitas mulheres cervejeiras caseiras vão entender o que eu to falando – é difícil. Porque como você sabe, o mundo cervejeiro caseiro ainda é cheio de homem barbudo e tatuado que quando vê uma mulher cervejeira fazendo cerveja ele acha que ela tá fazendo besteira… Ainda tem esses debates. Ainda rola esse machismo velado dos cervejeiros caseiros com mulheres cervejarias caseiras. É por isso que eu acho que muitas mulheres infelizmente se sentem acanhadas de participar. Por isso procuram confrarias femininas. Quando a fulô de mandacaru nasceu a partir da cerva paraibana. Nasceu porque a gente tava de saco cheio de ver tanto homem criticando o modo que a gente fazia cerveja, criticando nossas brassagens abertas… Nós, mulheres da confraria, somos um grupo muito bacana. Então tentamos agregar o máximo de mulheres cervejeiras possível. 

 

Como funciona o processo de criação das suas receitas? Existem receitas que são pensadas para ganhar concursos? 

 

Annie em 25’35’’: Não sou cervejeira da Vierbrauer, é o mestre Cris, mas tenho liberdade de experimentar. E já fiz umas receitas muito loucas com um parceiro meu, tipo IPA de jaca… E como sou engenheira de alimentos, posso usar muito o que sobrou para produção de cervejas da Vierbrauer, e eu já fiz até doce de goiaba com mosto da cerveja. Tento fazer o possível para reaproveitação dos resíduos, e já fiz muita cerveja assim.[…] Do mosto sai o bagaço, dá pra fazer um milhão de coisas… biscoito, salgadinho. 

 

Qual é o desafio que você traçou para você mesma no ano de 2023?

 

Annie em 35’07’’: Pós-Graduanda em tecnologia cervejeira, para mestre cervejeira é outro nível. O mestre cervejeiro é quem estuda muito sobre cerveja, que faz cerveja, que está sempre envolvido no processo… Tem toda uma polêmica. Mas em 2023, eu quero crescer mais, e esse é o meu desafio para esse ano. Sair da minha casinha, buscar novos horizontes e é isso. A gente estar sempre disposto a aprender mais, não dá para ficarmos estáveis. Eu gosto de desafio e se houver mais desafios, que venham.

 

Obrigada pelo papo incrível, Annie!

Até a próxima,

 

👉 Escute também: Prêmio Lúpulo de Ouro ’23 com Bárbara Soares e Gil Lebre

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🍺 O que bebemos durante o programa? Anne bebe cerveja caseira de produção própria. Lud bebe Pale Ale, da Prussia Bier. Leandro bebe Ni02, Japas Cervejaria

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