No programa de hoje do Surra de Lúpulo, aperte os cintos porque você vai até o Ushuaia com Edson Carvalho, mais conhecido como Viajante Cervejeiro, em sua segunda participação no podcast. Edson fez uma viagem de bicicleta do Brasil até a Argentina. Ouça na íntegra:
Vamos descobrir como foi a jornada do Viajante Cervejeiro?
Como foi o planejamento inicial dessa viagem e os percalços que você teve?
Edson em 6’39: Comecei a pensar nessa viagem em 2018, quando as coisas começaram a acontecer de uma forma mais intensa; do viajante cervejeiro como empresa. Começaram a chegar uns convites muito legais, internacionais, e eu comecei a me movimentar bastante. Foi quando eu saí da cervejaria que eu trabalhava em Floripa, para me dedicar ao Viajante Cervejeiro, que é uma empresa. E aí comecei a fazer eventos e algumas publis. E a fazer viagens a convite de outras empresas, e comecei a planejar essa viagem. Eu já tinha feito uma viagem de carona pelo Brasil, que deu origem ao livro De carona até o próximo bar. Mas isso tinha terminado em 2016, e eu tava com saudade de fazer uma grande viagem. E aí eu vi pessoas viajando de bicicleta, e as pessoas gostam, e aí em 2019 comecei a pensar mais intensamente nesse projeto e comecei a andar mais de bicicleta. A ideia era fazer em 2020, e aí pandemia e todos os sonhos foram congelados. Engavetei esse projeto e aí quando as coisas começaram a acontecer novamente e liberaram mais, eu comecei a me preparar, fazer pesquisa de ciclo viajantes.
Edson comenta também que estava com muita vontade de viajar ao exterior e escolheu o Uruguai. Ele saiu de Florianópolis e chegou no Uruguai, e agora está falando com a gente. Ao questionar sobre os percalços da viagem, nosso convidado diz que superestimou seu corpo e acabou pedalando rápido demais no começo, gerando uma tendinite.
Tivemos o prazer de acompanhar, como apoiadores, o projeto desde o início e foi fantástico ver a evolução dessa viagem, os perrengues e as fotos.
Como você conseguiu equilibrar a produção de conteúdo em ambientes tão remotos e quase sem infraestrutura com essa viagem pesada não apenas fisicamente, mas mentalmente também?
Edson em 17’32: Quando eu to viajando e viajando dessa maneira que de certa forma é uma viagem que te dá muita liberdade… É difícil manter a rotina de criar conteúdo. Muitas vezes você tá aproveitando tanto aquele momento que você não quer parar pra fazer conteúdo. Mas eu me disciplinei. E aí comprei um livro do Eduardo Coutinho, que tem uma frase dizendo “ninguém sente falta do que não viu”; e algumas coisas eu realmente preferi ter uma memória só minha, ou com as pessoas que estavam comigo.
Em certos momentos, Edson diz que não queria gravar vídeos por não estar num bom momento – e aí ia para as fotos. Ainda assim, sempre foi sincero sobre todo o processo e seus percalços.
“Quando eu estava no perrengue, eu pensava que estava me sentindo mais forte, que estava me fortalecendo.”
Por quais países você passou nessa viagem? E as cervejas eram boas?
Edson em 28’55’’: Inicialmente o plano era Uruguai e Argentina, e em determinado momento conversei com outros viajantes e vendo o clima e o vento, eu percebi que seria melhor ir pelo Chile. Como consumidor, eu bebo de tudo, até cerveja. Às vezes só tinha as cervejas industriais mesmo e você comprava o que tinha. Mas como sommelier tomei muito boas cervejas em Montevidéu, em Punta del este. Mas a melhor foram as da Argentina, como a Strange Brewing que tem uma pegada super moderna. Depois eu tomei boas cervejas, mantendo esse nível de qualidade, na região da Patagônia, em Bariloche. Em El Bolsón, eles produzem muito lúpulo, tem conferência de lúpulo etc, e lá tomei ótimas cervejas. E agora aqui, não explorei ainda as cervejas, mas pelo que provei eu gostei. No Chile, pra não ser injusto, me falaram que o forte é em Valdívia e Santiago. Nessa parte do Sul do Chile nada me impressionou muito [em termos de cerveja].
O Viajante Cervejeiro chegou ao fim do mundo, quais são os planos?
Edson em 36’36’’: É curioso porque muita gente tá preocupada com a minha volta. Mas eu mal cheguei aqui! Mas enfim, eu não pretendo voltar pedalando. Gosto de encerrar ciclos, assim. Mas durante minha vinda para cá eu tava pensando muito sobre isso, né, para escrever o livro sobre a viagem. Mas aí eu percebi que o Inverno no Ushuaia é um inverno bem drástico, e a gente não tem um inverno como esse no Brasil, e aí pensei: por que não ter mais essa experiência? Aqui neva muito, tem poucas horas de sol, e eu faço tudo pela experiência e pela aventura, e vai acabar virando o último capítulo do meu livro. Devo ficar aqui de 2 a 3 meses, não sei quanto vai durar esse inverno. A ideia é começar a pensar no esqueleto do livro que vou escrever, e depois que lançar o livro, eu não quero ficar muito parado. Já estou pensando em possíveis viagens que seguem pela frente.
Edson comenta que para além da bicicleta, tem muito interesse em fazer uma viagem de 6 meses em motor home.
Essa viagem vai virar livro?
Edson em 45’32’’: O livro com certeza vai vir. Eu vejo o financiamento coletivo como uma forma muito atual de alguém que cria conteúdo e já tem o apoia-se. Gostaria muito de manter meu projeto só pelo apoia-se. Então a ideia de livro vem, eu fiz um diário de viagem pra não perder nada. Vou lançar ele com financiamento coletivo, e espero que aconteça igual o primeiro livro, que batemos a meta no primeiro mês. Pretendo, aí sim agora, mantendo uma rotina, fazer uma websérie. Tirei muitas fotos com meu celular que serão inseridas no livro. Então inicialmente é o livro e criar a websérie.
Obrigada pelo papo incrível sobre as suas peripécias nessa viagem, Edson!
Já estamos ansiosos pelo livro e sua próxima aventura.
Até a próxima, pessoal!
Escute também: Ep. 57: Edson Carvalho e viagens cervejeiras
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O que bebemos durante o programa? Edson bebe Queen Stout, da Beagle. Lud bebe Vai ter session Ipa, da cervejaria Dádiva e Leandro bebe água.
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