No programa de hoje, Ludmyla e Leando vão tirar dúvidas sobre o Sistema B (B-Lab) com Rodrigo Gaspar, Diretor de Desenvolvimento de Negócios do Sistema B Brasil, uma comunidade global que usa seus negócios para a construção de um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e para o planeta. Ouça na íntegra:
Apresentação do nosso convidado e o Sistema B:
Rodrigo em 05 ’15”: Eu, Rodrigo Gaspar, sou engenheiro que foi pro lado da sociologia e depois pro impacto, então sai da exata pra humanas numa trajetória de vida muito diversa, e pude experimentar muitos gostos e muitas cervejas. Pra estar nesse lugar de fala de diretor de desenvolvimento de negócios. O sistema do Brasil é uma organização que tem como objetivo mudar a forma que os negócios se comportam diante da atualidade. O sistema B foi criado em 2016, como B-Lab. Se você for em algum lugar fora do Brasil, vai achar o B-Lab. Mas aí você se pergunta, qual é a diferença entre B-Lab e sistema B? O sistema B veio pra cá em 2011 na américa latina e ai pelos fundadores que olharam para américa latina como algo que poderia ter um efeito de transformação mais sistêmico, ele veio como sistema B. O sistema B tem esse grande desafio de, através da guia, mostrar para as empresas que elas podem olhar para outros aspectos, não só financeiros, para gerar um impacto social ambiental no que ela faz.
Do nosso conhecimento, existem apenas duas cervejarias no Brasil com a certificação B: Uma delas é a Cervejaria Praya, que é cigana. E também a Cervejaria Masterpiece, de Niterói, que possui um fábrica própria. Quais as diferenças e semelhanças entre as duas Cervejarias B do Brasil?
Rodrigo em 09’18’’: Tem mais uma cervejaria, que tem pouco tempo, que é a cervejaria FIL, lá do Rio Grande do Sul. Ela tem uma produção que coloca integração entre a colheita do lúpulo e outras matérias primas. E também tem uma parte muito curiosa, pra quem entrar no site da cervejaria Fil, da integração dos bichos da fazenda. Então temos sim, a Cervejaria Praya, temos a Masterpiece; e quando a gente traz as semelhanças que essas cervejarias tem é o olhar socioambiental. Ver a partir das matérias primas, que eles rastreiam, buscam melhores fornecedores, e também o cuidado com a força de trabalho. Porque mesmo sendo cervejaria cigana, eles trouxeram boas práticas relevantes para que a produção deles tivesse a certificação conquistada.
Nosso convidado explica que tanto a cervejaria Praya, Masterpiece e FIL tem uma preocupação com a questão da água no momento da produção das cervejas. Eles possuem um controle muito severo da qualidade da água, da conservação de recursos de onde a água está vindo, e principalmente, de fazer tratamento para água e como ela volta para o sistema público.
Rodrigo em 12’14’’: Por exemplo, a Praya vem fazendo um sistema de análise de dados de toda sua produção e hoje é uma referência. Eles conseguiram automatizar um sistema de inteligência de dados, com power BI, mas eles conseguem rastrear muito claramente toda a cadeia de produção para que eles possam entregar uma cerveja de qualidade.
Para se manter na certificação da Cervejaria B, é preciso passar pelo processo de recertificação. Com isso, as cervejarias precisam manter o alto padrão, que está sempre evoluindo.
Qual seria o passo a passo para tirar essa certificação no Sistema B e seus benefícios?
Para entrar no Sistema B, a empresa deve obter uma pontuação mínima verificada de 80 pontos na Avaliação de Impacto B (BIA), que examina o impacto geral de uma empresa em 5 áreas: Governança, Trabalhadores, Comunidade, Clientes e Meio Ambiente.
Rodrigo em 16’26’’: O sistema B tem um ponto muito forte que é o de formação de comunidade. Somos uma comunidade de líderes que de fato acreditam que os negócios podem ser uma força para o bem. Quando a gente fala do passo a passo, tem que ter uma pontuação. Para a empresa se certificar ela tem que ter no mínimo 80 pontos. Os benefícios já são percebidos quando a empresa decide que ela vai entrar no processo. Porque quando ela começa a preencher o questionário, tem uma parte didática que começa a pressionar os líderes a tomar certas atitudes; por exemplo, falando de marcadores de diversidade. No próprio preenchimento já vem o benefício de ganho de consciência.
Como é o processo de formação de Multiplicadores B e como eles ajudam as organizações a obterem o selo B e como integram o próprio Sistema B?
Rodrigo em 26 ’36”: É um efeito borboleta mesmo. E de fato a gente tem um termo que falamos muito, nessa sopa de letrinhas que envolve a parte corporativa, parte de termos, como stakeholders, a gente gosta de falar que todas as pessoas que focam no sistema B trazem um impacto real. Todas essas pessoas passam por um processo de conhecimento, aprendem a manusear a ferramenta, entendem o propósito, que é algo muito forte na nossa bolha, que se chama a teoria da mudança. É fazer as cervejarias refletirem sobre o seu propósito, seja naquele bairro, naquela comunidade, ou para aquelas pessoas. E os multiplicadores ajudam muito nisso. Eles divulgam, falam, explicam o sistema B. Temos ainda um oceano azul para explorar, visto que não são todos que sabem o que é o sistema B. Os multiplicadores quando passam por essa formação se empoderam com esse conteúdo. Tem uma frase muito boa dos nossos fundadores que diz que a gente só vai parar quando todas as empresas se comportarem como se estivessem dentro do sistema B. Nós não queremos a certificação, queremos as atitudes.
Quantas Empresas B temos no Brasil hoje? Quais são as contribuições que o Sistema B projeta para que tais empresas ajudem o país a crescer e superar seus desafios?
Rodrigo em 44’09’’: São quase 6 mil, mas até o fim do ano chegamos em 6 mil porque o processo de certificação está mais acelerado. Aqui no Brasil, a gente tem 260 empresas já certificadas e temos mais 17 empresas que são empresas dependentes. São empresas que querem entrar na comunidade, viver a experiência, fazer alteração em seus estatutos que são a proteção da missão. E aí ela paga a anuidade, que são para empresas mais novas, como startup. Se a gente somar são 277 empresas que temos no Brasil, na nossa comunidade. E agora temos um novo líder que chegou há pouco mais de três meses, que tem uma visão muito ativista e propositiva. As lideranças se enxergam como ferramentas de voz para que mudanças aconteçam.
Obrigada pelo bate papo incrível, Rodrigo!
Gostaram de conhecer mais sobre o Sistema B?
Não deixe de conferir nosso bate papo sobre sustentabilidade no Papo De Guarda 1!
Até a próxima!
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O que bebemos durante o programa? Rodrigo bebe uma taça de vinho, Lud bebe Babel Summer Stout, Leandro bebe Oktoberfest, da Prussia Bier.
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