No episódio 23 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, duas paixões são o tema da nossa conversa: quadrinhos e cervejas. Para falar sobre isso, o convidado da semana é Alberto Benett, cartunista da revista do Clube do Malte.
Quadrinhos e Cervejas
Responsável pelas tirinhas que são publicadas na revista do Clube do Malte, a chegada de Alberto Benett ao universo cervejeiro se deu inesperadamente.
“Começou quando conheci o Douglas Salvador, do Clube do Malte. Nossos filhos estudam juntos e um dia ele convidou os pais dos amigos para um churrasco. É óbvio que tinha umas cervejas que eu nunca tinha visto na minha vida. Ali recebi uma aula e ele me explicou todos os tipos de cerveja”.
Alberto continua e diz que os dois ficaram amigos e a partir daí foi convidado a criar os quadrinhos para o Clube do Malte.
“E realmente depois que você começa a tomar esse tipo de cerveja você não consegue mais tomar qualquer coisa. Peguei o gosto”.
Tema das charges
Quando perguntado sobre os temas que gosta de abordar em suas charges, Benett conta que gosta de abordar um humor mais autoral, de cunho pessoal.
“Tem uma frase que diz que o humor serve como autodefesa e eu dizia que meu humor é autodefesa contra mim mesmo. Então, eu sempre tive esse tipo de humor mais autoral”.
E ao falar sobre suas referências na arte, o cartunista cita dois nomes: Charlie Brown e Woody Allen.
“Aquele tipo de humor é o que eu queria fazer. A charge, claro, é importante. Hoje, mais do que nunca, é preciso ter uma postura clara sobre o que está acontecendo no país, mas se fosse pra optar, eu estaria fazendo aquele tipo de humor até hoje”.
Processo criativo
Muitas pessoas acreditam que uma ideia criativa vem rapidamente em um insight, mas o jornalista discorda e afirma que criar uma charge depende de muito suor.
“Fico aqui na minha mesa rabiscando, esperando as piadas virem… Quando eu tô fazendo charge, minha pauta são 4 ou 5 assuntos do dia ou da semana que eu tenho que retratar por questão de relevância. É fazer 500 esboços, separar umas 5 ou 6 ideias e no fim decidir por uma delas. A charge política é um processo que dura quase 1 dia inteiro”.
Benett conta que ao desenhar uma réplica de personagem, pega uma característica deste para realçar na charge. Além disso, gosta de pegar 2 universos distintos e criar um 3º que é onde se encontra a piada.
Início no desenho
Alberto Bennet cresceu em uma família de desenhistas. O irmão mais velho é um exímio artista e seu avô desenhava, o que incentivou o jornalista a desenvolver a técnica quando criança.
“Com 5 anos, eu ganhei um concurso. Lá pelos 10, 11 anos, eu entendi o que meu desenho tinha que ser, um apoio para uma piada, um discurso. Isso que é um cartoon”.