No Surra de Lúpulo dessa semana, tivemos a oportunidade de conhecer melhor o Projeto Manipueira com seus criadores. Batemos um papo incrível com Fabrício Almeida, da Zalaz Brasil, e Jayro Neto, sommelier e conselheiro da Abracerva. Ouça na íntegra!
Sobre o projeto Manipueira
O projeto Manipueira nasceu de uma ideia louca (e genial) de duas cervejarias e que cresceu e está sendo abarcado pela Abracerva. O projeto promete cervejas incríveis e carregadas pelo terroir nacional.
Jayro em 8’16’’: O projeto começou com a ideia de fazer uma colaboração entre Zalaz com o Cozalinda. As duas cervejas que eu mais consumo, que tem fermentação espontânea, não tem uma colaborativa juntos… Aí eu busquei o Fabrício e nós começamos a bater um papo. Começamos a falar de branding, de inspiração, e começamos a discutir nesse sentido inicialmente. Depois, quando foi ganhando corpo, as discussões, o Diego trouxe essa ideia de usar a Manipueira.
Manipueira, pra quem não sabe, é a água da mandioca. Quando a mandioca é esmagada e prensada, vira um caldo e esse caldo tem diversos microorganismos. A ideia é usar esses microorganismos para fermentar com a cerveja. Além disso, o uso da mandioca é uma homenagem aos povos originários do Brasil.
Jayro em 9’52’’: A ideia do projeto é justamente fazer cerveja em diferentes lugares do Brasil, usando essa água da mandioca, a Manipueira.
Fabrício em 10’11’’: Foi exatamente isso. A gente começou discutindo fazer uma colaborativa e por fim, virou um projeto nacional. E ficamos muito felizes que vamos conseguir expressar o terroir de cada região e ver o impacto que isso pode causar nas cervejas.
Em busca do terroir regional brasileiro
Fabrício em 13’09’’: Na verdade eu acredito que o terroir brasileiro vai ser expresso pelas leveduras que é o que vamos atingir nesse projeto. Não necessariamente precisa ser feito pela manipueira. Nesse caso especificamente, a gente escolheu a manipueira para a gente conseguir comparar os diferentes terroirs que se tem no Brasil. E terroir também não é comparável porque varia de microclima local. Mas eu acho sim que a escola brasileira estará muito mais ligada nessa vertente de leveduras do que de frutas, e até de madeiras. Mas o mais engraçado é que tanto a Cozalinda quanto a Zalaz já tinham projetos com uso de mandioca [anterior ao projeto].
Jayro complementa que acredita ser prematuro falar sobre a escola brasileira por diversos motivos, mas que devemos deixar acontecer naturalmente.
Adesão ao Projeto Manipueira e brassagem coletiva
Jayro em 22’27’’: São 37 cervejarias participando do projeto, de todas as regiões do Brasil. A ideia dessa primeira brassagem é um marco, estamos falando desse range de datas, brassar nesse final de inverno até quase primavera. O propósito é justamente aproveitar essa fermentação que vai ocorrer durante um ano. E que a gente possa fazer isso nesse período no próximo ano, para poder começar a falar de safras.
Fabrício em 23’47’’: A ideia é a gente tentar delinear o projeto em termos de data de produção, e a receita ser bem padrão para ver o impacto da manipueira. É isso que a gente quer sentir: as diferenças climáticas que tem no Brasil como um todo. A ideia é não ter uma fermentação controlada em termos de temperatura. Vamos poder experimentar cada uma delas para ter um blend a ser lançado futuramente.
Papel da ABRACERVA no projeto
Jayro em 27’03’’: Quando a gente fala que a princípio era um projeto entre 2 cervejarias, mas virou um projeto de 37 cervejarias, está bem claro que se não fosse a ABRACERVA e seu apoio institucional seria diferente. O projeto ganhou corpo, expansão geográfica, comunicação, pesquisadores, escolas e institutos interessados em participar do projeto. Vai ter todo um trabalho que não aconteceria sem o envolvimento da ABRACERVA.
Fabrício diz ainda que o projeto manipueira vai abrir oportunidades para várias frentes do mercado com novas cepas e leveduras. Será possível sair da dependência de malte, além da possibilidade de reproduzir leveduras regionais.
Saiba quais cervejarias fazem parte do projeto Manipueira:
Caatinga Rocks, Cervejaria Sarapó, Proa Cervejaria, Cruls Cervejaria, Cervejaria São Sebastião, Zalaz, Amazon Beer, Cervejaria Cabôca, Cervejaria Ade Bier, Waybeer, Hop Mundi, Alem Bier, Cervejaria Narcose, Devaneio do Velhaco, Donner, Marek Cervejaria, Suricato, Armada Cervejeira, Cerveja Blumenau/Mestres do Tempo, Cervejaria Kairós, Cozalinda Cervejaria, Quinta do Belasca, Omas Haus, Cervejaria Unika, Cerveja Pestana, Cervejaria Nacional, Cervejaria Pineal, Cervejaria Prisma, Cervejaria Tarantino, Fermentaria Local, Graja Beer, IFSP – cervejaria escola, Infected Brewing Co, Japas Cervejaria e Trilha Cervejaria.
Ouça também Surra de Lúpulo: Receitas Cervejeiras com Beto Tempel
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O que bebemos durante o programa? Jayro bebe Cantillon, Fabrício bebe Zalaz, Lud bebe Russian Imperial Stout, parceria da Prussia Bier & Ouropretana, Leandro bebe Funky Lager, da Zalaz.
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