No episódio 08 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, Júnior Bottura, sócio fundador e mente criativa da “Cerveja Avós”, conta a história da cervejaria e explica a diferença entre os tipos de cerveja Ale e Lager. Publicitário por formação, Bottura chegou a trabalhar em uma agência de publicidade e em grandes cervejarias antes de fundar a “Cerveja Avós”, atuando hoje na área de criação do negócio:

“Tenho um caderninho onde vou anotando tudo. Ano passado a gente fez 56 cervejas diferentes”.

Júnior conta que o contato com o mundo cervejeiro começou como um hobby, pesquisando técnicas e dicas em vídeos no Youtube. Bottura já vinha elaborando como seriam os rótulos e a própria história que marcaria a cervejaria inspirada em suas avós e bisavós.

Sem conhecer ninguém no mercado cervejeiro, foi atrás das informações que precisava por conta própria, conhecendo fábricas de craft beers como a Urbana, a Dogma e a Júpiter, inspirando-se nas histórias que ouvia.

“No início muita gente desdenhou falando que a ideia não tinha nada a ver. Lançamos o rótulo “In Concert” que nos destacou no meio das cervejas artesanais, nos mostrou que dava pra começar a brincar”.

Diferença entre Ale e Lager

Pedimos para nosso convidado nos dar uma breve aula sobre as cervejas lager. Segundo ele, as cervejas são divididas basicamente em duas famílias: Ales e Lagers.

A principal diferença acontece no processo de fermentação: a primeira com fermentação em altas temperaturas e a outra com fermentação em temperaturas mais baixas. Júnior ainda conta que a levedura usada nas cervejas do tipo Lager tem um custo mais elevado além de ser mais difícil de trabalhar. A quantidade usada na receita também é bem maior do que em uma Ale.

Júnior ainda ressalta que uma Lager não precisa necessariamente ser leve e refrescante, podendo ter teores alcoólicos extremamente altos e uma consistência mais encorpada também.

Lud lembrou da entrevista com a cervejeira Bia Amorim, criadora da revista ‘Farofa Magazine’, sobre as grandes marcas de cerveja que começam a surfar na onda das craft beers, o que pode ser positivo pela divulgação do estilo artesanal, colocando-o em foco. Para Júnior, o consumidor fica cada vez mais desinformado com o que é transmitido pelas grandes cervejarias, que geralmente se utilizam da comunicação em massa trazendo informações rasas sobre o produto apenas para chamar atenção e ganhar mais espaço nas gôndolas.

Relembre a entrevista com Bia Amorim do “Farofa Magazine”

Para quem está começando a se interessar pelas craft beers, Junior aconselha procurar a cervejaria mais próxima para beber uma cerveja fresca, feita na hora. Segundo ele, quando o produto vai para a gôndola do mercado, o sabor fica mais próximo de uma cerveja mainstream, principalmente para os paladares menos apurados.

Craft Beer Hotel

Falamos sobre se hospedar dentro da “Cerveja Avós”. Bottura conta que é mais uma experiência do que necessariamente uma hospedagem. O local tem 80 anos e parece uma “casa de vó”. A cervejaria fica no andar de baixo e o quarto com duas camas no andar superior. Um encanamento leva a cerveja direto da fábrica para uma torneira dentro do quarto. O cliente ainda pode escolher qual rótulo ele deseja passar a noite saboreando. É pequeno, mas bem aconchegante, conta Júnior.

Para o futuro, Bottura acha que após a pandemia o mercado será bastante promissor. O investimento em experiências atreladas ao consumo também vai ser cada vez mais valorizado.

“Hoje fazemos happy hours guiados via zoom onde explico o mundo das cervejas artesanais para as pessoas. Esse tipo de comunicação vai continuar também, descobriu-se um novo caminho”.

Para acompanhar nosso papo, Junior bebeu uma In Concert da “Cerveja Avós”, Lud ficou com uma Resting Pills, da “Cervejaria Dogma”, e Leandro uma lager da “Cervejaria Capa Preta”.

Surra de Lúpulo

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