Beatriz Ruiz dá detalhes sobre a certificação CiceroneNo episódio 73 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, descubra os detalhes da certificação Cicerone com Beatriz Ruiz, primeira brasileira a obter o título e responsável pela área de educação cervejeira da Heineken.

Conheça Beatriz Ruiz

Criada na Zona Leste de São Paulo, Beatriz trabalha no ramo há quase 10 anos, é sommelier de cervejas e trabalhou em distribuidoras e importadoras até chegar a Heineken. Na empresa, entrou para cuidar da parte de educação cervejeira e cuidar dos treinamentos. Na pandemia, também ficou responsável pela área de experiência de cervejas artesanais e eventos cervejeiros, ainda paralisados.

Apesar de trabalhar no mercado cervejeiro, Beatriz é formada em Letras e é apaixonada por literatura, além disso, diz ser um projeto de pole dancer e estar cada vez mais aprendendo a ser mais empática e ficar em ligada em causas.

Certificação Cicerone

Uma das certificações, se não a mais prestigiada da área em que atua, o Cicerone é como o TOEFL, exame que testa a proficiência na língua inglesa, de acordo com Beatriz. A primeira vez em que tentou a prova foi em Londres e mesmo tendo o primeiro certificado, o de beer server, online e em português, não conseguiu passar na prova para o Cicerone.

O Cicerone é uma certificação em 4 níveis e que atesta seu conhecimento sobre cervejas. No Brasil, Beatriz foi a primeira pessoa a conseguir passar e conseguir o certificado. Após não ter passado na primeira tentativa, já havia desistido, mas ao saber que teria uma aplicação da prova em Buenos Aires resolveu tentar.

“Estudei bastante. Foram 3, 4 meses de preparação com madrugadas e fins de semana. É muito custoso, porque é paga em dólar e exige tempo e dedicação, com uma parte teórica pesada”.

Beatriz destaca que outro ponto é que as provas são apenas em inglês. No dia, passou por algumas etapas, que totalizaram cerca de 4 horas, como degustação, prova e a prática, com um vídeo mostrando como se limpa uma torneira de chopp.

Curso de Sommelier x Certificação Cicerone

Beatriz acredita que o Cicerone não é tem a comunicação cervejeira bem divulgada, restringindo seu público. Sobre os cursos de sommelieria, apesar de ter feito há quase 10 anos sem saber nada, conta que aprendeu bastante e aproveita para compará-los.

“[os cursos de sommelier] São muito completos, algo que não existe em outros lugares. O Cicerone ficou muito dentro dos Estados Unidos e expandiu um pouquinho para a Europa e para Ásia, não é algo super divulgado, não é algo que todo mundo conhece”.

E em termos práticos, Beatriz conta que a certificação não lhe trouxe benefícios profissionais no Brasil, foi mais para uma satisfação pessoal.

“O diploma de sommelier é mais tangível, talvez tenha mais importância. Mas se eu morar em outro país, talvez me ajude mais do que o diploma de sommelier”.

Profissionalização do mercado

Ainda no tema, Beatriz aproveita para falar sobre a importância da profissionalização do mercado cervejeiro artesanal e lembra dos concursos, onde os jurados pagam para trabalhar, já que não há qualquer incentivo para o aprimoramento dos que estarão ali presentes.

“Você paga pra trabalhar, porque muitas vezes a organização só paga a hospedagem, a passagem é você quem paga. O transporte é por sua conta. Até discuti com algumas pessoas do mercado sobre isso e acho que a gente ainda não chegou a um modelo ideal, porque ajudaria a profissionalizar o mercado”.

Beatriz enfatiza que há carência de profissionalismo no mercado fora das grandes cervejarias e isso prejudica o amadurecimento dele como um todo.

Ouça o episódio com o Doutor Breja desvendando tretas cervejeiras.

Sommelieria

Para o sucesso como sommelier, Beatriz é firme ao dizer que é fundamental a continuidade dos estudos na área, estar sempre se atualizando e ter uma humildade para entender o público e atender bem.

“Ser sommelier é vender cerveja, as pessoas precisam entender isso”.

“Acho que tem vários caminhos que você pode seguir como sommelier de cerveja. Eu segui um muito diferente, que é dentro do meio corporativo. Estou em uma parte estratégica do negócio, de construir uma estratégia de como os treinamentos serão dados”.

Surra de Lúpulo

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