No programa de hoje do Surra de Lúpulo, vamos falar sobre invenções e descobertas científicas que ajudaram o mundo da cerveja e vice versa! Para ajudar a gente falando sobre descobertas cervejeiras estamos com Gabriela Lando, Mestre em Ciência dos Materiais. Bacharel em Química, cervejeira profissional, juíza, professora, editora e tradutora da Krater, editora nacional especializada em livros sobre cerveja.

O programa de hoje será dividido em 4 invenções, tecnologias ou teorias que foram criadas e que beneficiaram a evolução da produção da cerveja. Vamos começar?

 

Descoberta cervejeira 1: Refrigeração

 

Gabi em 08 ’20”: É bizarro pensar o quanto refrigeração é algo tão simples hoje. A maioria das pessoas tem sua geladeira em casa, e acaba sendo algo trivial. Mas a história da refrigeração vem da antiguidade. Há indícios da utilização de fossas (buracos) pelos povos da china, mesopotâmia e os persas, onde armazenavam gelo para fazer refrigeração de alimentos e bebidas. Lembrando que nessa região já existia cerveja, então provavelmente eram refrigeradas também. Tem uma história que diz que o Alexandre O Grande foi fazer suas investidas numa campanha na Índia, e ele escavou trinta fossas de gelo, esses buraquinhos onde era armazenado o gelo, e cobria com tampas de carvalho, para selar. Então realmente já era uma proto-geladeira – isso em 320 aC. Também tem uma história engraçada sobre Nero, que era conhecido por fazer uma destilação da água usando gelo e fervura, então antes de botar fogo em tudo ele botava água em tudo. E também tem indícios de poços em Roma, e indícios de material cerâmico sobre isso. Eles tinham krater, que era um vasilhame para compartilhar com todo mundo. […] Com a Idade Média, começaram a divulgar a propriedade de refrigeramento de determinados alimentos. Então existiam cavernas de gelo onde cervejas eram colocadas. Por conta das cervejas nas cavernas que as leveduras foram escolhidas.

 

Gabi complementa que em 1854, um homem na Austrália conseguiu usar éter para fazer uma liquefação e assim refrigerar compartimentos. Esse foi o primeiro sistema real de refrigeração na história. 

 

 

Descoberta cervejeira 2: o termômetro

 

Gabi em 20 ’19”: A invenção do termômetro é atribuída a Galileu Galilei em 1602, que na realidade era uma garrafinha. Ele aquecia essa garrafinha que era um bulbo, e por aquecimento daquele bulbo a água subia nesse tubinho, e assim ele conseguia saber se era mais quente ou mais frio. E aí depois, cientistas da Itália foram modificando a invenção. Em 1708, um físico e matemático dinamarquês, que estava com a perna quebrada, decidiu dar uma olhada naquilo que era o termômetro. Aí ele começou a pensar, e teorizar em cima de uma escala, e nisso o Fahrenheit foi visitar ele! E claro, ele conseguiu fazer evoluções, como trocar a água do termômetro de Galileu por Mercúrio, e aí conseguiu ter um termômetro mais preciso. Depois chegou o Celsius, que também começou a criar uma escala analisando o tempo de ebulição da água e o ponto de fusão da água, e aí criou-se a escala Celsius. Na época, as pessoas mediam a temperatura da cerveja usando o cotovelo! Então, em 1758, um autor cervejeiro recomendou o uso do termômetro para acompanhar o lúpulo durante a produção de cerveja e no momento da brassagem. 

 

 

Descoberta cervejeira 3: Densímetro

 

Gabi em 28 ’31”: Aí vem toda uma conexão com a sua apresentação inclusive porque a ideia por trás do densímetro veio de Arquimedes, a figura que gritou Eureka. Então tudo começou em Siracusa, em 250 aC, onde Arquimedes deitou em sua banheira e percebeu que parte da água pulava de sua banheira. A história conta que ele ficou tão empolgado com a descoberta que saiu de casa, provavelmente nú, gritando Eureka. Não, mas estou brincando! Aí avançamos no tempo, e Hipátia de Alexandria, a primeira matemática da história, tem creditado à ela a invenção do densímetro. O densímetro é um aparato utilizado para medir a densidade dos líquidos, claro que com a evolução, ele saiu da densidade da água e foi para medida de soluções em geral. O densímetro passou por diversas modificações, até o Galileu Galilei, encontrar estudos de densímetro e ele fez o aparato como conhecemos hoje em dia. Aí, nas ilhas britânicas em 1818, diziam que tinha que ser usado um densímetro na fabricação de bebidas alcoólicas. E na cerveja em específico, os primeiros registros do uso do densímetro na produção de cerveja foi em 1980.

 

 

Descoberta cervejeira 4: o pH

 

Gabi em 39’10’’: O Ph que é potencial hidrogenônico é uma escala onde podemos medir a acidez das soluções. Quem inventou o pH foi Søren Sørensen, um dinarmaques, que trabalhava nos laboratórios da Carlsberg. E aí, ele precisava fazer a medida da acidez da cerveja porque já sabia-se que influenciava no processo cervejeiro, e então ele definiu o pH. Até então não existia uma medida para isso. A escala que ele criou vai de 0 a 14, sendo que 7 é pH neutro e para baixo é ácido e para cima é alcalino. Antes disso, as pessoas colocavam na boca para saber o que era a substância. Tem histórias de pessoas nos institutos de química que perdiam a língua por conta disso. E aí o Sørensen colocou em prática a teoria dele. O pH surgiu realmente num laboratório cervejeiro!

 

 

É incrível perceber o quanto da ciência evoluiu por conta da cerveja! Obrigada, Gabi, por esse episódio incrível!

Até a próxima!

 

 

👉 Escute também: Cerveja e Ciência com Nunca vi 1 cientista

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🍺 O que bebemos durante o programa? Gabi bebe Hop Lager da Ouropretana. Lud bebe água e Leandro bebe Royal, da Dádiva

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Nana Ottoni

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