No episódio 79 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, vamos falar sobre concursos de sommelier com Rodrigo Sawamura, campeão brasileiro em 2016 e finalista de duas edições do campeonato mundial. Atualmente, trabalha no Departamento de Cultura Cervejeira na Estrella Galicia do Brasil.
Gosto por cerveja
Desde sempre, Rodrigo conta que é bebedor de cervejas, mas inicialmente a via apenas como uma bebida de lazer. Profissionalmente, o engenheiro de alimentos de formação lembra que viveu em uma época que no Brasil não se tinha tantas possibilidades de apreciação e experimentação.
Ao longo dos anos, com a abertura do mercado e a chegada de cervejas importadas, Rodrigo se percebeu um entusiasta com as novas possibilidades de consumo.
Início no mercado cervejeiro
O sommelier conta que começou por curiosidade tentando entender essas grandes experimentações muito com a ajuda da internet, na busca pelo conhecimento.
Quando fez o curso de Chef de cozinha, Rodrigo passou por uma simulação de harmonização de cervejas e descobriu a sommelieria. Em 2013, iniciou os estudos na área e passou a entender de cerveja com mais profundidade.
“Comecei a estudar e não larguei mais o osso. Foi uma sequência de cursos construindo minha habilidade sensorial. E aí comecei a participar desses concursos de sommelier e ganhar alguns prêmios, o que me projetou no universo cervejeiro. Em 2015, comecei minha carreira acadêmica”.
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Concursos de Sommelier
Ao falar sobre os concursos de sommelier dos quais participou, Rodrigo revela que o Brasil é o maior formado de sommeliers de cerveja do mundo.
Na disputa, Sawamura destaca que é importante ler o regulamento e estudar bastante a parte teórica, que normalmente tem um peso maior nos concursos. Em seguida, deve-se preparar bem para a parte sensorial.
“Ir muito bem na parte teórica é um grande diferencial, porque a galera tem pontuação próxima na parte de degustação”.
Na parte prática, Rodrigo conta que tem que entender o mecanismo de como funciona a prova para poder ir bem, e para isso é bom estar treinado sobre as características globais dos estilos.
Cursos de sommelier na pandemia
Desde março de 2020, o mundo precisou se organizar com os impactos da pandemia do coronavírus. Um dos segmentos mais afetados foi o acadêmico, que precisou interromper as atividades presenciais e adaptá-las para o ambiente digital.
“Em qualquer profissão no qual você busca conhecimento, diria que existe um ponto importante que nenhum dos cursos em qualquer modalidade que seja vai te dar 100% de segurança como profissional daquela área”.
“[o estudo] Vai te dar ferramentas básicas para você começar a construir uma linha de pensamento do seu trabalho. Independente da modalidade, quem faz o grande diferencial é o aluno, o interesse que ele tem e a vontade de continuar estudando. O conhecimento apresentado nos cursos é o ponto de partida, vai depender do perfil do aluno”.
Sawamura destaca que um ponto positivo do ensino presencial é a troca entre as pessoas e o networking acontecer de forma mais efetiva, enquanto no virtual, o alcance é maior, com alunos de diversas localidades que provavelmente não conseguiriam frequentar aula em um espaço físico.
Cultura cervejeira na Estrella Galicia
Recentemente, Rodrigo assumiu a gerência do Departamento de Cultura Cervejeira da Estrella Galicia, cervejaria espanhola. E o objetivo desse desafio é construir um divisor de águas nas estratégias comerciais das empresas do mercado com um porte um pouco maior no Brasil.
“Esse departamento de cultura de cerveja que a gente está construindo aqui no Brasil, é uma réplica do que existe na matriz, na Espanha. É suportar um conhecimento para o público interno e também ser uma ferramenta de diferencial competitivo para o público externo (distribuidores, embaixadores, vendedores…)”.