Neste episódio do Surra de Lúpulo, Ludmyla Almeida e Henrique Boaventura conversam com Alinne Bernd, auditora fiscal do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), sobre temas fundamentais que deveriam estar no radar de todas as cervejarias: boas práticas de fabricação, autodiagnóstico e o polêmico barril PET.

Se você quer manter sua cervejaria regularizada, segura e respeitada, prepare-se: essa é uma verdadeira aula de responsabilidade e controle de qualidade.

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O que é o autodiagnóstico do MAPA e como ele ajuda sua cervejaria

O autodiagnóstico é uma plataforma gratuita desenvolvida pelo MAPA para que as indústrias façam uma autoavaliação das boas práticas de fabricação.

“As empresas devem viver como se todo dia fosse dia de fiscalização do MAPA”, destaca Alinne.

A ferramenta é voluntária, pode ser usada internamente e estimula a cultura do autocontrole, prevenindo multas, infrações e problemas com fiscalização.

Boas práticas - brassagem

Boas práticas de fabricação: o que não pode faltar

Logo, o manual de boas práticas não pode ficar na gaveta. É preciso treinar equipes, aplicar POPs, manter registros atualizados e entender que produzir cerveja é produzir alimento.

Assim, Alinne alerta para problemas recorrentes como:

  • RTs (responsáveis técnicos) ausentes;
  • Ingredientes vencidos ou proibidos;
  • Contaminação cruzada por falta de limpeza;
  • Falta de controle de potabilidade da água.

Controle de qualidade e riscos de contaminação

Essa falta de controle pode gerar problemas legais e sanitários graves. Desde fragmentos metálicos e resíduos químicos até micro-organismos deteriorantes, tudo precisa ser monitorado!

Além disso, controle de rastreabilidade, registros de limpeza e análise da água são cruciais. Pois a ausência de ações corretivas quando algo foge ao padrão invalida o controle.

Boas práticas - envase

O momento do envase é considerado um dos pontos críticos de controle sanitário. Após isso, não há mais chance de corrigir contaminações.

Entre os principais cuidados estão:

  • Higienização adequada dos equipamentos;
  • Sala de envase isolada;
  • Uso de embalagens autorizadas e devidamente rotuladas;
  • Controle de quem fez, quando e como foi feito.

Barril PET: vantagens, riscos e regulamentações

Barril PET - BeerkegOs barris PET são populares pela praticidade e baixo custo. Porém, o uso é permitido apenas uma vez.

Reutilizar esse tipo de barril é perigoso, pois ele não resiste à soda cáustica quente nem ao ácido peracético, podendo sofrer deformações, contaminações e até explosões.

⚠️“Se sua cervejaria depende de burlar normas para sobreviver, ela não é viável”, crava Alinne. 

Além disso, o rotulamento é obrigatório, mesmo em barris. Eles devem conter lista de ingredientes, dados do fabricante, advertências de alergênicos e seguir as normas da IN 65 de 2019.

Cresça com segurança: cursos e materiais gratuitos do MAPA

Para apoiar o setor, o MAPA oferece:

  • Curso de Registro, Boas Práticas e Rotulagem de Bebidas (Enagro);
  • Cursos sobre importação e exportação de bebidas;
  • Ferramenta de autodiagnóstico;
  • Planilhas de controle mínimo;
  • O famoso cartilhão com orientações práticas.

Tudo isso está disponível no site do Ministério da Agricultura e Pecuária e o acesso é gratuito.

Boas práticas - produção cervejeira

Conclusão: responsabilidade é a base da cerveja artesanal de qualidade

A conversa com Alinne Bernd é um choque de realidade necessário. Produzir cerveja é produzir alimento — e isso exige responsabilidade, conhecimento e controles sérios.

Se sua fábrica ainda não está preparada, o melhor caminho não é “dar um jeitinho”, mas se capacitar, corrigir processos e se manter dentro da legalidade. Afinal, quem ama cerveja, respeita quem a consome. 🍻

Gabriel Gurian

Historiador, com Mestrado e Doutorado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), meus estudos são pautados por bebidas e bebedores na história do Brasil, em diferentes períodos. Atualmente integro o projeto Comer História, desenvolvo pesquisa pós-doutoral na Universidade de São Paulo (USP), com foco no nascimento da cultura cervejeira brasileira no século XIX, e colaboro com o Surra de Lúpulo.

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