No episódio 12 do nosso podcast sobre cervejas artesanais, Surra de Lúpulo, você tem acesso aos bastidores do festival “Slow Brew Brasil”, um dos mais queridos pelos cervejeiros, com Katia Pereira, curadora do evento.
Funcionária pública concursada, Katia conta que só tomava cervejas mainstream até conhecer seu atual marido, o idealizador da marca “Slow Brew”, Maurício Fernandes, que lhe apresentou o universo das craft beers.
Uma das maiores frustrações de Maurício era não conseguir ir ao Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau. Até que um amigo sugeriu fazer um festival eles mesmos, num local mais próximo e ao alcance de todos. Maurício começou a arquitetar todo o evento escondido, na época ainda sem nome definido, criando a logomarca inicial (feia demais, segundo Katia), montando o site e indo atrás de parcerias com cervejarias interessadas.
“Foi tudo inventado por ele. O nome vem do slow life, slow food, conceitos pra você se conectar mais ao seu mundo, conhecer o produtor daquilo que você tá colocando pra dentro do seu corpo. Como a cerveja artesanal tem muito disso, do pequeno produtor, do lance intimista que foge do mainstream, ele deu o nome de “Slow Brew””.
Festival no Nordeste
Em 2014, o “Slow Brew Brasil” estreou em Ribeirão Preto e já promoveu edições em São Paulo nos últimos anos. Em 2020, deu mais um passo chegando ao Nordeste.
“Agora a gente tá unindo o slow brew com o slow food. Fica São Paulo com uma edição macro, Ribeirão com uma edição mais intimista e o Nordeste com uma edição mais regionalizada, acolhendo um mercado grande que costuma vir até São Paulo para ter acesso e consumir esses produtos”.
Processo de Escolha
Lud quis saber um pouco mais sobre o processo de seleção das cervejarias escolhidas. Katia explica que 50% são eleitas pelos slowers que dão suas opiniões através de pesquisa via e-mail. As dez mais citadas são selecionadas. A outra metade é focada em cervejarias que produzem estilos diferentes, muitas vezes nunca provados. Além disso, muitas fábricas entram em contato com o festival e são devidamente analisadas.
“A gente também dá muita voz pros participantes que nos ajudam a escolher as cervejarias participantes. Eles são parceiros na montagem do evento”.
Lud lembrou da conversa com o Prof. Passarelli sobre a cena cervejeira brasileira cada vez mais diversificada e respeitada fora do país, tendo o Brasil uma grande expressividade entre os rótulos.
Aproveite e ouça o episódio com o Prof. Passarelli.
Leandro também recordou o papo com Tiago Lopes, da “Dois Corvos”, que destacou as vantagens de viver num país com dimensões continentais e como resultado ter uma imensa variedade de sabores para combinar.
Relembre o episódio com Tiago Lopes da cervejaria “Dois Corvos”.
Taça ISO
Sobre os copos de degustação usados no evento deste ano, Kátia adianta que serão mantidas as taças ISO usadas no evento passado, faltando apenas decidir o modelo. Para ela, quando a cerveja é apresentada numa taça ela ganha valor, exaltando-a do mesmo modo que o vinho é valorizado. Outra vantagem é o fato da taça com 210ml proporcionar uma diversidade muito maior de rótulos a serem provados e enobrecer ainda mais a forma como a bebida é servida.
Expansão do Festival
Perguntamos se está nos planos do casal cervejeiro levar o festival para outras cidades do Nordeste ou até mesmo para o Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. Kátia diz que eles pretendem permanecer nos locais onde já são realizados os festivais atuais, mas nada impede que o festival chegue mais longe:
“Onde tiver gente querendo beber e onde tiver um centro de distribuição adequado a gente vai estar”.
Recentemente, o evento foi adiado como uma medida preventiva por conta da pandemia. A princípio, o festival aconteceria no dia 31 de outubro e teria como tema o Halloween. Embora já esteja tudo alinhado com fornecedores e cervejarias, adotando todos os protocolos sanitários necessários, a organização considerou que seria um pouco cedo para fazer um evento desse porte, preferindo adiar por alguns meses e, com isso, dando uma margem maior para as cervejarias e os participantes se organizarem melhor. A nova data do “Slow Brew Brasil” ficou para o dia 19 de dezembro de 2021.
Política de Troca
Lud quis saber sobre a política de troca para quem já comprou o ingresso, mas não poderá ir nas novas datas. Katia explica que os participantes têm três opções: migrar de uma edição para outra, pedir o reembolso do valor em até 12 meses ou transferir o ingresso para outra pessoa.
Sobre as medidas sanitárias, Kátia conta que estão sendo seguidos os protocolos oficiais divulgados no site “Plano São Paulo”, desde as etapas de higienização até um afastamento maior entre os stands. Os ingressos a partir desse ano também contarão com um QRcode agilizando a entrada dos participantes e evitando filas e aglomerações.
Para acompanhar nosso papo, Lud bebeu uma “Quarantine Elixir #3” da cervejaria “Hocus Pocus” e Leandro escolheu uma “La Rota Más Curta Para Amarillo” da cervejaria “Juan Caloto”.