O 1º Mondial de La Bière chegou em terras paulistas e, pelo que pude observar, chegou para ficar. Os comentários que recebi de pessoas ligadas ao ramo e frequentadores de eventos cervejeiros de São Paulo simplesmente rasgaram elogios ao MDLB. Como todo evento e, principalmente, nos de grande porte, os problemas podem aparecer quando se trata de uma primeira edição, em local onde as comparações com outros eventos vão acontecer inevitavelmente.
A organização do MDLB SP disponibilizou transporte gratuito da estação de metrô Jabaquara até o São Paulo Expo e retorno, apesar de ser apenas uma caminhada de uns 20 minutos aproximadamente, mas isso já foi uma grande ideia e, com certeza, ajudou e agradou a muitos que usaram o serviço. O São Paulo Expo é um imenso Centro de Convenção, com vários pavilhões, e o MDLB este ano ocupou somente um pavilhão e uma área externa, onde ficava a Praça de Alimentação e o palco no qual aconteceu todos os shows.
Os portões foram abertos pontualmente as 17 horas e os saffs indicavam com tranquilidade onde podiam ser deixados os alimentos para aqueles que compraram ingressos Cervejeiro Solidário e até mesmo para aqueles que levaram o seu kg de alimento e contribuíram com este movimento. O pavilhão é climatizado, bem claro e espaçoso. Como cheguei na abertura dos portões, aproveitei para olhar logo todos os stands e conversar com alguns expositores para saber se tudo estava funcionando. Todos os stands em que parei e conversei, já estavam prontos para começar a servir suas cervejas e aqueles que ainda estavam nos últimos ajustes não era por causa de falta de ponto de luz ou outro problema da organização, e sim problemas em engates de barril, chopeira e pequenos ajustes. Ou seja, as 17h, quem estava lá dentro já poderia começar a degustar os mais de 500 rótulos.
Os copos este ano foram fornecidos pela Nadir Figueiredo, do formato caldereta, de 350ml, com marcações de 100ml e 200ml. Para evitar qualquer mal entendido, eu levei meu medidor e as medidas estavam perfeitas. Então chegou a hora de começar a beber e aproveitar que o movimento ainda estava tranquilo. Como em todas as outras edições do MDLB, não existe uma lógica entre os stands, ou seja, não tem uma divisão por estado ou região, corredor de cervejarias e corredor de produtos cervejeiros, e isto deve permanecer assim, porque obriga os participantes a andarem por todos os corredores. Havia vários pontos de hidratação e limpeza dos copos com três torneiras, e em nenhum momento observei filas.
As grandes cervejarias nacionais estavam marcando presença com stands bem produzidos, porém nada comparado com alguns que já vi no evento do Rio de Janeiro. Porém, pela primeira vez, vi um tipo de stand onde 4 cervejarias compartilhavam os espaço, e os barril e geladeiras ficavam no meio do local. Achei muito interessante e as cervejarias me passaram um ótimo feedback deste estilo de stand, que infelizmente não sei o nome.
Após já ter bebido algumas novidades, e eram muitas, fui conhecer a área externa onde estava a praça de alimentação e o palco. Fiquei impressionado com o tamanho da área, porque era quase o mesmo tamanho da área onde estavam os expositores de cervejas. Tinham cerca de 15 pontos diferentes de alimentação entre Food Truck e Food Stands, tinham várias opções para todos os gostos e como sou Carioca e estou em São Paulo não resisti ao famoso sanduíche de mortadela do Mercado Municipal de São Paulo. No palco era uma programação com 03 shows e depois DJ.
Conversando com alguns amigos de São Paulo que estavam no evento, eles queriam saber se o evento do Rio de Janeiro era daquele tamanho. Quando eu falava que eram 3 pavilhões, eles ficavam assutados e, evidente, animados para virem ao Rio e curtirem o MDLB de Setembro. A grande maioria elogiava muito o formato do evento e a organização, mas quando eu falava para eles como havia sido o 1º MDLB do Rio de Janeiro em relação ao de SP, eles ficavam espantados de como cresceu tanto, passando de uma pequeno local no Centro do Rio, a céu aberto, com um calor de 40º, e agora com 3 Armazéns do Porto Maravilha e com uma baita infraestrutura. Eles já ficavam imaginando com será então o 2º MDLB SP. Quanto às Cervejarias, fiquei maravilhado porque tinham várias novidades: pequenas cervejarias com grandes cervejas, e grandes cervejarias que não chegam ao mercado carioca, ou seja, foi uma ótima impressão que tive deste primeiro MDLB de SP.
O MBeer Contest 2018, que faz o julgamento das cervejas, deve ter tido bastante trabalho para poder escolher a cerveja vencedora, que foi a Point of View, da Cervejaria Dádiva, e levou para casa a Medalha de Platina. Achei justíssimo. Sei que muitos podem dizer que beberam outras cervejas muito boas e que também mereciam ser premiadas, mas nem todas as cervejarias inscrevem suas cervejas para participarem do concurso. É a mesma regra de outros eventos, em que os jurados somente julgam as cervejas inscritas pelas cervejarias. Achei toda a premiação bem coerente com o que bebi, com a minha opinião e os comentários de outras pessoas com quem conversei.
Tenho certeza que o MDLB SP chegou para ficar e vai fazer história na terra da garoa e, junto com o MDLB do Rio, será um dos melhores e maiores eventos cervejeiros do país, porque é um evento onde encontramos novidades e vários lançamentos simultâneos em um mesmo espaço, em que a oportunidade de se lançar ao mercado é igual para todos. É verdade que as grandes cervejarias podem fazer uma produção de stand melhor do que as pequenas, porém todos podem mostrar a qualidade de sua cerveja debaixo do mesmo teto, e qualidade de cerveja não depende somente de ser uma grande cervejaria e sim de competência na hora de produzir a sua cerveja.
Este evento já entrou na minha lista do próximo ano e espero encontrar todos por lá. É bom já irem se programando. Cheers
Quem escreveu essa coluna foi o nosso amigo Oscar Krau que tem um dos melhores instas que eu conheço – https://www.instagram.com/bomdecerva/
Uma resposta
Excelente resenha que deu um panorama bem
Interessante sobre o primeiro evento do Mondial em São Paulo.